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ARTES PLÁSTICAS
"2080" revê a produção brasileira daqueles anos e propõe montagem com participação dos visitantes
MAM retoma década de 80 com interação
FABIO CYPRIANO
DA REPORTAGEM LOCAL
Com "2080", mostra que o Museu de Arte Moderna de São Paulo
inaugura na próxima quinta, a
instituição revê a sua relação com
o público e propõe uma nova forma de interação: a montagem poderá ser decidida pelos próprios
visitantes.
"Nos últimos dez anos, a visitação do museu subiu de 2.000 para
280 mil pessoas por ano, o que deve gerar um novo desafio para o
curador", afirma Felipe Chaimovich, crítico da Folha e curador da
mostra em parceria com o setor
educativo do museu, que tem
coordenação de Vera Barros e
Carlos Barmak.
Na abertura da mostra, o espaço
estará organizado. No entanto,
durante os dois meses da exposição, os 43 painéis móveis que suportam as obras terão outros quatro arranjos, agrupados quinzenalmente (nos dias 24 e 10 de cada
mês).
"O visitante que quiser se envolver na proposta terá de participar
de um jogo. A remontagem da
mostra ocorrerá de acordo com a
reunião dos resultados que obtivermos", diz Barmak.
"2080" revê a produção brasileira de artes plásticas dos anos 80,
período de ressurgimento da pintura, a partir de quatro exposições
da época: "Pintura como Meio",
realizada em 1983 por Aracy
Amaral, no Museu de Arte Contemporânea de São Paulo (MAC);
"Como Vai Você, Geração 80",
organizada por Marcus Lontra,
Paulo Roberto Leal e Sandra Mages, no Parque Lage (Rio), em
1984; "A Grande Tela", com curadoria de Sheila Leirner na 18ª Bienal de São Paulo, em 1985; e "Imagens de Segunda Geração", de Tadeu Chiarelli, também no MAC,
em 1987.
De cada uma dessas exposições
foi selecionado um tema que funcionasse como síntese do período.
"Evitei realizar uma revisão crítica, mas busquei respeitar os critérios de cada curador na época e
escolher, em conversas com eles,
aquilo que foi o conceito dominante", diz Chaimovich.
Assim, as 49 obras da mostra estarão agrupadas nos módulos:
"Suporte e Pintura", "Anarquia e
Prazer", "Neo-expressionismo" e
"Citacionismo", todas na ordem
correspondente às mostras citadas anteriormente. Cada módulo
será identificado por uma cor cítrica, citação ao universo visual
dos anos 80.
Curiosamente, a maioria das
obras apresentadas não fez parte
das mostras que inspiraram
"2080". "Achei que o melhor critério seria selecionar trabalhos da
época representados especialmente nas coleções do MAM de
São Paulo e do Rio de Janeiro. E
aqueles artistas que estiveram em
mais de uma exposição comparecem com mais de um trabalho",
diz Chaimovich.
Um catálogo com textos de cada
um dos curadores, publicado na
época das mostras, e uma reavaliação dos próprios, mais de 20
anos depois, será lançado até o final da exposição.
Já na abertura, pretende-se reavivar não só a visualidade mas
também a sonoridade dos 80: o
rock'n roll estará presente na voz
de um dos ícones do período, sobre o qual o museu pede segredo.
Espera-se que não chova lá fora.
2080. Exposição que retrata, em 49
obras, quatro mostras emblemáticas dos
anos 80. Curadoria: Felipe Chaimovich e
núcleo educativo do museu. Onde:
Museu de Arte Moderna de São Paulo
(parque Ibirapuera, portão 2 e 3, tel. 0/
xx/11/5549-9688). Quando: abertura dia
23, 19h30; ter. a sex, das 12h às 18h, qui.
até 22h; sáb. e dom., das 10h às 18h. Até
5/4. Quanto: R$ 5
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