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Morte fez do poeta um mártir
da Equipe de Articulistas
Envolta em brumas e dúvidas, a
morte de García Lorca tem uma
carga de fatalidade e tragédia que a
aproxima da literatura do autor.
Em meados de 1936, já consagrado, Lorca vivia em Madri e, com o
apoio da jovem República espanhola, levava teatro popular ao interior do país.
Resolveu, então, inesperadamente, voltar a sua terra natal
-Granada, na Andaluzia- para
ver parentes e amigos antes de
uma viagem ao México.
Foi ali, em Granada, naquela Espanha profunda e arcaica, que os
franquistas o prenderam e mataram.
Sua morte acabou por transformá-lo em mártir da causa republicana e da liberdade em geral.
Embora alguns críticos julguem
que a tragédia pessoal conferiu
uma importância exagerada a sua
obra, García Lorca é sem dúvida
um dos grandes poetas espanhóis
do século, ao lado de Machado,
Alberti, Guillén e Salinas.
A riqueza de sua obra poética e
teatral provém da singular combinação entre as tradições populares
espanholas e o espírito das vanguardas européias, em particular
do surrealismo (Lorca foi companheiro de república, em Madri, de
Luís Buñuel e Salvador Dali).
Entre suas peças mais importantes, sempre centradas nas raízes
morais da Espanha, destacam-se
"Yerma", "Bodas de Sangue" e "A
Casa de Bernarda Alba".
(JGC)
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