São Paulo, sexta, 20 de março de 1998

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Morte fez do poeta um mártir

da Equipe de Articulistas

Envolta em brumas e dúvidas, a morte de García Lorca tem uma carga de fatalidade e tragédia que a aproxima da literatura do autor.
Em meados de 1936, já consagrado, Lorca vivia em Madri e, com o apoio da jovem República espanhola, levava teatro popular ao interior do país.
Resolveu, então, inesperadamente, voltar a sua terra natal -Granada, na Andaluzia- para ver parentes e amigos antes de uma viagem ao México.
Foi ali, em Granada, naquela Espanha profunda e arcaica, que os franquistas o prenderam e mataram.
Sua morte acabou por transformá-lo em mártir da causa republicana e da liberdade em geral.
Embora alguns críticos julguem que a tragédia pessoal conferiu uma importância exagerada a sua obra, García Lorca é sem dúvida um dos grandes poetas espanhóis do século, ao lado de Machado, Alberti, Guillén e Salinas.
A riqueza de sua obra poética e teatral provém da singular combinação entre as tradições populares espanholas e o espírito das vanguardas européias, em particular do surrealismo (Lorca foi companheiro de república, em Madri, de Luís Buñuel e Salvador Dali).
Entre suas peças mais importantes, sempre centradas nas raízes morais da Espanha, destacam-se "Yerma", "Bodas de Sangue" e "A Casa de Bernarda Alba".
(JGC)


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