São Paulo, sexta, 20 de março de 1998

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ATOR
Nicholson é favorito para levar troféu

de Nova York

Nem todos os recordes do Oscar deste ano devem-se a "Titanic". Pela interpretação do brilhante rabugento Melvin de "Melhor É Impossível", Jack Nicholson alcançou sua 11ª indicação, tornando-se o ator que por mais vezes concorreu à estatueta.
Nicholson tem tudo para conquistar seu terceiro Oscar. O primeiro, de melhor ator, veio com "Um Estranho no Ninho", em 1975. O segundo, de coadjuvante, premiou sua composição em "Laços de Ternura".
Há mais que recordes a celebrar. O filme recupera Nicholson do preguiçoso estereótipo dele mesmo que vinha dominando seus desempenhos recentes. A construção de Melvin é estupenda.
Ironias da história: a disputa deste ano opõe Nicholson a seu parceiro em "Sem Destino". Peter Fonda volta ao foco dos holofotes num desempenho surpreendente como o vovô que cria abelhas no independentíssimo "Ulee's Gold", de Victor Nuñez. A simples indicação já é o prêmio de Fonda.
Dustin Hoffman alcança a marca de sete indicações graças ao hilário produtor egocêntrico de "Wag the Dog", de Barry Levinson. Ao escolhê-lo, a Academia tenta arrostar dois estigmas: os de que não valoriza desempenhos cômicos e de que não aprecia sátiras à indústria que representa. Pontos feitos, uma vitória é improbabilíssima.
O mesmo não se pode dizer de Robert Duvall. "O Apóstolo" é a obra de sua vida. Duvall escreveu, dirigiu, protagonizou e bancou do próprio bolso a trágica saga do pastor pentecostal que só domina a vida durante as cerimônias de pregação. O filme é longo e irregular, mas Duvall jamais esteve melhor. É o azarão da categoria.
E Matt Damon? Ora, Matt Damon. O ator e co-roteirista do previsível "Gênio Indomável" é apenas o rostinho bonito do ano na categoria. Vai como veio. (AL)


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