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ATOR
Nicholson é favorito para levar troféu
de Nova York
Nem todos os recordes do Oscar
deste ano devem-se a "Titanic".
Pela interpretação do brilhante rabugento Melvin de "Melhor É Impossível", Jack Nicholson alcançou sua 11ª indicação, tornando-se
o ator que por mais vezes concorreu à estatueta.
Nicholson tem tudo para conquistar seu terceiro Oscar. O primeiro, de melhor ator, veio com
"Um Estranho no Ninho", em
1975. O segundo, de coadjuvante,
premiou sua composição em "Laços de Ternura".
Há mais que recordes a celebrar.
O filme recupera Nicholson do
preguiçoso estereótipo dele mesmo que vinha dominando seus desempenhos recentes. A construção de Melvin é estupenda.
Ironias da história: a disputa
deste ano opõe Nicholson a seu
parceiro em "Sem Destino". Peter
Fonda volta ao foco dos holofotes
num desempenho surpreendente
como o vovô que cria abelhas no
independentíssimo "Ulee's Gold",
de Victor Nuñez. A simples indicação já é o prêmio de Fonda.
Dustin Hoffman alcança a marca
de sete indicações graças ao hilário
produtor egocêntrico de "Wag the
Dog", de Barry Levinson. Ao escolhê-lo, a Academia tenta arrostar
dois estigmas: os de que não valoriza desempenhos cômicos e de
que não aprecia sátiras à indústria
que representa. Pontos feitos, uma
vitória é improbabilíssima.
O mesmo não se pode dizer de
Robert Duvall. "O Apóstolo" é a
obra de sua vida. Duvall escreveu,
dirigiu, protagonizou e bancou do
próprio bolso a trágica saga do
pastor pentecostal que só domina
a vida durante as cerimônias de
pregação. O filme é longo e irregular, mas Duvall jamais esteve melhor. É o azarão da categoria.
E Matt Damon? Ora, Matt Damon. O ator e co-roteirista do previsível "Gênio Indomável" é apenas o rostinho bonito do ano na
categoria. Vai como veio.
(AL)
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