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Simone Blanc soa como linda nota dissonante
ED MOTTA
especial para a Folha
A partir de hoje estarei mensalmente na Folha falando de
uma de minhas maiores paixões: o vinho. Os comentários
serão bastante pessoais, e vou
indicar vinhos de custos distintos, denominados Bom Bolso
(até R$ 30, aqueles para tomar
no dia-a-dia), Classe Média (até
R$ 100, semanais) e Extravaganza (a partir de R$ 100, mensais).
Nessa estréia, o preço do Classe Média está realmente médio,
estourando em apenas R$ 6.
Bom Bolso. Domaine de
Triennes, Viognier 95. Esse delicioso branco, de riqueza aromática ímpar, apresenta os tradicionais damascos doces e um
lindo buquê das mais bonitas e
perfumadas flores. Romântico,
não? Viognier é isso mesmo ou,
como diria um amigo meu, "é
beijo na boca!". Agora jamais
tome esse vinho gelado demais.
O mínimo deve ser 10 graus Celsius. Vinho branco, quando tem
boa concentração, é muito mais
gostoso com pouco gelo. Tomei
com peito de frango grelhado
com dill e uma inofensiva salada
verde e combinou perfeitamente. Dieta meus amigos...
Classe Média. Chateau Simone Blanc 93. É muito bom quando conhecemos algo diferente
como esse vinho. Soa como uma
linda e bem colocada nota dissonante na "ditadura" mundial
dos "monocórdios" Chardonnays. Aromas ricos de frutas
tropicais como maracujá, coco,
e na boca uma persistência incrível. Vai bem como aperitivo
ou com vieras grelhadas, da maneira mais simples possível para
não sobrepor os aromas delicados do vinho, já que o Chateau
Simone deve sempre ser o solista do tema.
Extravaganza. Côte-Rôtie La
Landonne 92 Guigal. De cor roxa, quase preta, apresentou
complexos aromas de café, cassis e amoras. O retrogosto herbáceo lembra hortelã -devido
à juventude, mas uma hortelã
de terno, gravata e sapatos italianos. O tanino aqui dialoga
bem com carnes de caça (javali e
capivara) ou carnes ricas em
gorduras (costela de boi).
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