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"Novo" Vittorio é mais caloroso e caseiro
JOSIMAR MELO
especial para a Folha
O Vittorio é um restaurante novo e, agora, mais novo ainda. Foi
fundado em agosto do ano passado, no local onde funcionava o
Saint Peter's Pier. Inaugurado por
proprietários italianos, fez pouco
sucesso e no fim do ano fechou.
Em janeiro reabriu na sua fase
atual. Seu mentor e proprietário é
agora o restaurateur Carlos Nasser, 55 anos, desde os 40 nessa
área.
Antes disso ele foi ligado à indústria têxtil. No interior de São
Paulo, em Jundiaí, manteve durante dez anos o restaurante Vito
di Bari. Agora, enfrenta o desafio
da capital.
Já com o proprietário anterior, o
Vittorio teve uma reforma física
que o tornou irreconhecível para
os que frequentavam o Saint Peter's Pier. Uma reforma para melhor.
Com as novas janelas se debruçando sobre a rua, ele perdeu um
pouco o ar de restaurante de flat (o
que de fato é), antes realçado por
estar retraído para dentro do prédio.
Com a entrada do novo proprietário, o local passou por uma revolução em seu cardápio. Perdeu o
ar empolado e o serviço monótono do cardápio anterior, substituído por um outro cujas ofertas dão
um ar mais caloroso e caseiro.
A atenção de Nasser, sempre por
ali, também ajuda a tornar a nova
fase do Vittorio mais aconchegante.
As massas são o destaque do restaurante. As frescas são feitas lá
mesmo, como no garganelli cosa
nostra (com molho cremoso flambado em vodca e juliana de pimenta vermelha).
As secas são importadas, de trigo
duro -caso do penne rigatti à
taormina (com salmão defumado,
cogumelo shimeji, alho-poró, sementes de erva-doce, cebola e
queijo mascarpone.
Em pratos como esses, de sua
criação, há uma luta a ser resolvida entre idéias interessantes e excesso de ingredientes. O tempo
poderá afinar o ajuste entre os dois
contendores.
O zelo excessivo com o ponto do
risoto (ou seja, o medo de que ele
passe do ponto) produziu um efeito contrário num dos pratos experimentados: o risoto de mascarpone, vieira e camarões tinha sabor,
mas o arroz estava praticamente
cru.
No lado da tradição, um bom
prato é a polenta al ragu: a polenta
é preparada ao vapor e servida
com o molho de carne e queijo pecorino. A carne poderia estar mais
cozida, desfiando, mas isso pode
ser uma questão de gosto. De toda
forma, tinha bom sabor -e um
preço, R$ 14, mais barato que
qualquer das massas
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