São Paulo, sábado, 20 de maio de 2000


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LIVRO/LANÇAMENTO
Magela defende tese de Kierkegaard
Livro disserta sobre o fracasso da sedução como estímulo à narrativa

RANIER BRAGON
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

Chega na próxima semana às livrarias "A Estética do Sedutor, uma Introdução a Kierkegaard", obra que defende a tese de que a narrativa criada em torno do amor e do feminino é sempre fruto de um rompimento amoroso.
Partindo dos escritos "O Diário de um Sedutor" e "O Banquete", do filósofo dinamarquês Sren Kierkegaard (1813-1855), o psicanalista mineiro Geraldo Magela Martins, 44, defende que o pensamento do filósofo ainda encontra respaldo nos dias de hoje.
Para Kierkegaard, a narrativa em torno dos conflitos envolvendo o amor, o casamento e a mulher toma forma a partir de uma "sedução fracassada", na qual o objetivo não é conquistar a pessoa seduzida, mas sim fracassar, "quase conscientemente", para que nasça a produção literária.
Martins diz que o atual sucesso das salas de bate-papo da Internet é um indicativo das idéias do filósofo. "Muitas vezes, as pessoas estão ali não com o intuito de conquistar as outras, mas de teorizar sobre as questões envolvendo o amor. Elas querem é a narrativa."
Em busca dessa narrativa, o homem se torna um sedutor. "O Dom Juan kierkegaardiano não é um sedutor vulgar", ressalta.
"Ardiloso, o sedutor age como um ator que representa um papel que ele mesmo desenvolve. Reflexivo, utiliza-se da razão para aproximar-se da coisa seduzida, sem ansiar por sua posse. Instaura-se aí o fracasso, que conduz à narrativa oral ou à escrita do texto sedutor e da verdadeira vítima da sedução, o leitor", afirma.


Livro: A Estética do Sedutor
Autor: Geraldo Magela Martins
Editora: Mazza
Quanto: R$ 15 (152 págs.)
Lançamento: 21 de maio, às 19h, no restaurante Cozinha de Minas (av. do Contorno, 4.570, Belo Horizonte, MG)


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