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LIVRO/LANÇAMENTO
Magela defende tese de Kierkegaard
Livro disserta sobre o fracasso da sedução como estímulo à narrativa
RANIER BRAGON
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
Chega na próxima semana às livrarias "A Estética do Sedutor,
uma Introdução a Kierkegaard",
obra que defende a tese de que a
narrativa criada em torno do
amor e do feminino é sempre fruto de um rompimento amoroso.
Partindo dos escritos "O Diário
de um Sedutor" e "O Banquete",
do filósofo dinamarquês Sren
Kierkegaard (1813-1855), o psicanalista mineiro Geraldo Magela
Martins, 44, defende que o pensamento do filósofo ainda encontra
respaldo nos dias de hoje.
Para Kierkegaard, a narrativa
em torno dos conflitos envolvendo o amor, o casamento e a mulher toma forma a partir de uma
"sedução fracassada", na qual o
objetivo não é conquistar a pessoa
seduzida, mas sim fracassar,
"quase conscientemente", para
que nasça a produção literária.
Martins diz que o atual sucesso
das salas de bate-papo da Internet
é um indicativo das idéias do filósofo. "Muitas vezes, as pessoas estão ali não com o intuito de conquistar as outras, mas de teorizar
sobre as questões envolvendo o
amor. Elas querem é a narrativa."
Em busca dessa narrativa, o homem se torna um sedutor. "O
Dom Juan kierkegaardiano não é
um sedutor vulgar", ressalta.
"Ardiloso, o sedutor age como
um ator que representa um papel
que ele mesmo desenvolve. Reflexivo, utiliza-se da razão para
aproximar-se da coisa seduzida,
sem ansiar por sua posse. Instaura-se aí o fracasso, que conduz à
narrativa oral ou à escrita do texto
sedutor e da verdadeira vítima da
sedução, o leitor", afirma.
Livro: A Estética do Sedutor
Autor: Geraldo Magela Martins
Editora: Mazza
Quanto: R$ 15 (152 págs.)
Lançamento: 21 de maio, às 19h, no restaurante Cozinha de Minas (av. do
Contorno, 4.570, Belo Horizonte, MG)
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