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Atriz relembra filmagem de 1933
DA REPORTAGEM LOCAL
Entre os 3.883 longas catalogados pelo economista Antônio
Leão da Silva Neto, a atriz Corita
Cunha comparece cinco vezes.
Seu principal trabalho foi em "O
Caçador de Diamantes", realizado em 1933 por Vitorio Capellaro.
O filme, mudo, foi restaurado pela Cinemateca em 97.
Corita, hoje Cora Bockel, tinha
16 anos na época das filmagens e é
a única remanescente da equipe
do filme realizado há 69 anos.
"Filmamos as cenas de floresta no
parque do Ibirapuera", lembra
Cora. "O galã era um vendedor de
uma perfumaria famosa. Na hora
do beijo, ele me disse: "A srta. me
dê licença?" Respondi que era apenas um trabalho", diverte-se.
A argentina Corita Cunha (Acuña de nascimento) virou estrela.
Conta que não podia fazer compras pelas ruas de São Paulo sem
ser cercada por fãs. Mas em uma
de suas visitas aos Diários Associados, para agradecer a cobertura de um espetáculo, Corita selou
o fim de sua carreira no cinema.
Encantado pela moça, o dono
dos Associados, Assis Chateaubriand, não mediu esforços para
conquistá-la. E conseguiu: em
abril de 34, Corita deu à luz Tereza, primeira filha do jornalista.
A relação durou oito anos. Insatisfeita com a pouca atenção, Cora
fugiu com o arquiteto Clito Bockel. Em troca, Chateaubriand desencadeou campanhas contra os
dois em seus jornais, conforme
registrou Fernando Morais em
"Chatô, o Rei do Brasil".
Cora, 85, e Clito Bockel, 91, vivem juntos até hoje em um apartamento no Rio de Janeiro.
(IF)
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