São Paulo, segunda-feira, 20 de maio de 2002

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Atriz relembra filmagem de 1933

DA REPORTAGEM LOCAL

Entre os 3.883 longas catalogados pelo economista Antônio Leão da Silva Neto, a atriz Corita Cunha comparece cinco vezes. Seu principal trabalho foi em "O Caçador de Diamantes", realizado em 1933 por Vitorio Capellaro. O filme, mudo, foi restaurado pela Cinemateca em 97.
Corita, hoje Cora Bockel, tinha 16 anos na época das filmagens e é a única remanescente da equipe do filme realizado há 69 anos. "Filmamos as cenas de floresta no parque do Ibirapuera", lembra Cora. "O galã era um vendedor de uma perfumaria famosa. Na hora do beijo, ele me disse: "A srta. me dê licença?" Respondi que era apenas um trabalho", diverte-se.
A argentina Corita Cunha (Acuña de nascimento) virou estrela. Conta que não podia fazer compras pelas ruas de São Paulo sem ser cercada por fãs. Mas em uma de suas visitas aos Diários Associados, para agradecer a cobertura de um espetáculo, Corita selou o fim de sua carreira no cinema.
Encantado pela moça, o dono dos Associados, Assis Chateaubriand, não mediu esforços para conquistá-la. E conseguiu: em abril de 34, Corita deu à luz Tereza, primeira filha do jornalista.
A relação durou oito anos. Insatisfeita com a pouca atenção, Cora fugiu com o arquiteto Clito Bockel. Em troca, Chateaubriand desencadeou campanhas contra os dois em seus jornais, conforme registrou Fernando Morais em "Chatô, o Rei do Brasil".
Cora, 85, e Clito Bockel, 91, vivem juntos até hoje em um apartamento no Rio de Janeiro. (IF)


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