São Paulo, sexta-feira, 20 de maio de 2011

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Municipal restaurado deve reabrir em junho

Investimento de R$ 26,2 milhões incluiu a modernização do palco

Para o secretário de Cultura, Carlos Augusto Calil, a reforma atual do prédio é mais cuidadosa do que as anteriores

MORRIS KACHANI
DE SÃO PAULO

Agora é oficial. Depois de sucessivos adiamentos, o Theatro Municipal será reaberto no mês de junho.
As autoridades respiram aliviadas, pois o grande temor era de que não conseguissem abrir suas portas antes da data de seu centenário, em setembro.
Foram quase três anos de obras e um investimento de R$ 26,2 milhões. Praticamente um terço da verba foi consumida com restauros, como pisos, poltronas, vitrais e fachada (veja abaixo).
O restante foi gasto com equipamentos importados e modernização técnica da área do palco. Os novos mecanismos possibilitam a utilização de cenários mais pesados e a troca deles mais rápida do que anteriormente.
O grande desafio agora cabe à direção artística, atualmente com o maestro Abel Rocha à frente, de montar uma programação à altura.
Nos últimos três anos, esse posto trocou de mãos três vezes, o que gerou instabilidade e falta de planejamento.
A programação de 2012, por exemplo, que normalmente é decidida com dois anos de antecedência, ainda está indefinida.
Para este ano, por enquanto, estão confirmadas apresentações do balé Kirov, da Rússia, e uma ópera encenada pelo diretor Felipe Hirsch.
"O Municipal restaurado representa um novo marco para o centro da cidade", comemora o secretário municipal da Cultura, Carlos Augusto Calil. "Estávamos defasados tecnicamente, em condições muito inferiores ao teatro Alfa, por exemplo. Esta é uma reforma mais cuidadosa que as anteriores", compara.
Ele atribui o atraso nas obras a duas licitações de equipamentos para o palco que não foram aceitas e que comprometeram o cronograma. Mas a entrega do teatro não significa que os problemas acabaram.
O espaço foi concebido como uma casa de espetáculos. Não tem infraestrutura de apoio para todos os corpos artísticos que acumulou ao longo destes cem anos -são duas orquestras, dois coros, duas escolas e um quarteto, além do balé municipal.
Há relatos de filas para o banheiro entre os músicos ou mesmo de gente se trocando nos corredores.

PRAÇA DAS ARTES
Calil espera resolver o problema com a construção de um anexo que abrigará os corpos artísticos e salas de ensaio, a chamada Praça das Artes. Orçada em R$ 120 milhões, a obra está em andamento, com previsão de entrega no ano que vem.
Há, no entanto, um outro gargalo que escapa do alcance do secretário. É a questão do acesso do público. Não há estacionamentos projetados nas obras. E as vagas na região são escassas.
Outro cavalo de batalha é a transformação do Theatro Municipal em fundação. Uma mudança de estatuto que livraria a administração dos grilhões burocráticos de uma gestão pública soterrada por camadas de leis.
"A situação administrativa do Municipal é mais complexa do que na TV Cultura", comenta. Segundo Calil, a lei já foi aprovada e deve ser sancionada pelo prefeito até o final deste mês.


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