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MÚSICA
Argemiro Patrocínio e Jair do Cavaquinho, da velha guarda da escola, fazem show com a artista e convidados em SP
Marisa Monte faz samba com a Portela
PEDRO IVO DUBRA
DA REDAÇÃO
Reconhecida como um todo, a
Velha Guarda da Portela também
tem bom desempenho no que diz
respeito às suas partes. Hoje, duas
das peças fundamentais do conjunto, Argemiro Patrocínio, 79, e
seu Jair do Cavaquinho, 80 ou 82
(tem duas certidões, sacadas de
acordo com a situação), fazem
show em São Paulo. Marisa Monte, 34, está entre os convidados.
À cantora carioca, que canta
duas músicas com cada sambista
("Dizem que o Amor" e "A Chuva
Cai", com Argemiro, e "Eu te
Quero" e "Volta, Meu Amor",
com Jair), somam-se as presenças
de Pedro Amorim, do grupo Semente, de Teresa Cristina e das
Pastoras da Portela.
É a formação que se apresentou
na temporada no Rio de Janeiro
-oito shows no total-, realizada no teatro Clara Nunes no final
de maio e começo de junho. Sem
algumas das canjas que, infelizmente, não puderam se deslocar
do Rio até aqui. As apresentações
paulistanas integram a série "Lançamentos", do Sesc Vila Mariana.
"Eles são lindos, maravilhosos.
O público fica emocionadíssimo,
as pessoas choram, voltam, trazem mais pessoas", desmancha-se Marisa Monte sobre a dupla.
"Seu Jair dança, parece um Fred
Astaire. Eles são muito presentes,
verdadeiros, não têm dissimulação. Eles falam o que estão pensando na hora." "O Argemiro tem
umas tiradas incríveis. O público
ri e se emociona. As meninas gritam: "Lindo!". Seu Argemiro responde: "Mentirosas!'", volta a se
desfazer em elogios aos performáticos portelenses.
Além das faixas dos atuais trabalhos, outros sucessos dos artistas serão apresentados no palco
do Sesc Vila Mariana. É o caso,
por exemplo, de "Eu e as Flores" e
"Vou Partir", parcerias de Jair
com seu amigo, vizinho e aparentado por apelido Nelson Cavaquinho (1910-1986).
Os dois sambistas, que dividem
o palco, também repartem um
pacote de CDs com seus trabalhos
individuais, os primeiros gravados em suas longas vidas. São
sons distintos. Uma das razões da
escolha de amarrá-los se deu para
que não se priorizasse nas lojas
um em detrimento do outro.
Segundo Marisa Monte, os álbuns devem ter comercialização
separada a partir de agosto. Não
se contou ainda o número de discos vendidos. Mas a demanda pela caixa (R$ 48, sugestão da gravadora) não deve ser das menores.
O de Argemiro foi produzido
pelo selo da cantora, o Phonomotor, contando com participação
da própria, Moreno Veloso, Teresa Cristina, Marcelo D2 e Jaques
Morelembaum. Com gravação
independente, a cargo de Pedro
Amorim, o disco de seu Jair do
Cavaquinho foi comprado a posteriori e teve depois projeto gráfico afinado com o de Patrocínio.
A parceria de Marisa Monte
com a Velha Guarda da Portela
-não com a escola de Oswaldo
Cruz, com a qual não tem vínculos- se principia no início dos
anos 90, quando grava "Ensaboa,
Mulata" com pastoras da agremiação. Depois, prolonga-se por
canjas mútuas e algumas participações até culminar no elogiado
"Tudo Azul", lançado em 2000. A
história de amor pela Portela, de
quem seu pai foi diretor, entretanto, vem dos tempos de criança.
ARGEMIRO PATROCÍNIO E SEU JAIR
DO CAVAQUINHO - show com
participações de Marisa Monte, Pedro
Amorim, grupo Semente, Teresa Cristina
e as Pastoras da Portela. Onde: Sesc Vila
Mariana - teatro (r. Pelotas, 141, Vila
Mariana, SP, tel. 0/xx/11/5080-3000).
Quando: de hoje. a sáb., às 21h, e dom.,
às 18h; únicas apresentações. Quanto: de
R$ 10 a R$ 30. 140 minutos. 12 anos.
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