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Maggi faz arte "a curta distância"
DA REPORTAGEM LOCAL
Há uma tendência na arte contemporânea que busca frear o
olhar vertiginoso imposto pela televisão e pela internet. Em geral,
os artífices do grupo utilizam-se
de materiais banais em busca de
desmistificar a tecnologia como
única matriz de conhecimento.
Marco Maggi, uruguaio radicado em Nova York, que inaugura
mostra em São Paulo, faz parte
desse movimento disperso e variado, no qual podem ser incluídos o brasileiro José Damasceno e
o americano Tom Friedman.
Maggi não é desconhecido por
aqui. Ele participou da Bienal do
Mercosul, em Porto Alegre, no
ano passado, e da última Bienal de
São Paulo, representando o Uruguai. Nela expôs uma instalação
de várias pilhas de papel sulfite
com pequenos recortes no topo.
Graças à falta de manutenção da
Bienal, havia camadas de pó sobre
a obra nos últimos dias do evento.
"Gostei do resultado, parecia uma
cidade soterrada, como Tróia",
diz Maggi, bem-humorado.
Humor, aliás, é uma constante
nas 12 obras que Maggi apresenta
em São Paulo. "Micro and Soft on
Macintosh Apple", por exemplo,
ironiza a sofisticação dos computadores. A obra é composta por
oito maçãs Macintosh (é isso
mesmo, existe um tipo de maçã
com esse nome) ressecadas e redesenhadas com um estilete.
Todas as obras da mostra têm
por intenção evitar o clichê. "Vivemos numa época com muita informação e pouca comunicação,
como se estivéssemos incapazes
de ler a realidade; trato disso sem
ser negativista, procuro gerar novas sensibilidades para materiais
que estão ao nosso alcance."
O objetivo do artista, assim, é
também político. Segundo Maggi,
"com o fim das grandes ideologias, é importante voltar-se para o
entorno, para essa realidade de
curta distância".
(FCY)
MICRO, MACRO E MARCO[MAGGI] -
mostra com 12 obras do artista uruguaio.
Quando: abertura hoje, às 10h; de seg. a
sex., das 10h às 19h; sáb., das 10h às 13h.
Até 25/8. Onde: Dan Galeria (r. Estados
Unidos, 1.638, tel. 0/xx/11/3083-4600).
Quanto: obras de R$ 5.000 a R$ 50 mil.
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