São Paulo, sábado, 20 de julho de 2002

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Mercado editorial não encontra saídas

FRANCESCA ANGIOLILLO
DA REPORTAGEM LOCAL

O mercado editorial parece ter sido pego de calças curtas pela possibilidade de propor uma alternativa à numeração.
A Câmara Brasileira do Livro e a Abrelivros (representante dos editores de livros escolares) estão estudando possibilidades. Ambas, porém, não estão no grupo de trabalho a ser criado pelo governo. Editores e autores ouvidos pela Folha disseram não ter idéias realmente efetivas a oferecer.
Em parte isso se dá porque o mercado editorial não crê em mecanismos além dos já regularmente oferecidos a seus contratados, como o direito do autor de pedir auditoria das tiragens e o envio de aviso de reimpressão.
Mesmo a numeração, de praxe dispensada pelos autores, se dá, quando exigida em contrato, como faz Raduan Nassar. Em maio, a Folha apurou que numerar seus livros custava à Companhia das Letras R$ 0,13 por exemplar.
Esse custo, porém, varia segundo fatores como o tamanho da tiragem e se a editora tem gráfica própria ou não. A Record, que imprime seus livros, estudou o impacto da operação no preço final e concluiu que cada título custaria ao consumidor R$ 1 a mais.
Resta esperar: o Sindicato Nacional dos Editores de Livros diz ter chegado a alternativa viável, mas a mantém em sigilo até poder discuti-la no grupo de trabalho.
Carlos Augusto Lacerda, 40, da Nova Fronteira, dá uma pista: inserir no código de barras, que já existe, um número proporcional a cada impressão. Mas admite que isso não impediria o "pirata deliberado" de fraudar o número.
O escritor Fernando Morais, 55, diz não ver saída prática. "Relação entre autor e editor é como a de marido e mulher. O simples fato de desconfiar de prevaricação significa que ela já foi para o brejo."



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