RICARDO ZORZETTO
da Reportagem Local

O estado de saúde do ator Gerson Brenner, internado na UTI do hospital Albert Einstein desde segunda-feira, quando foi baleado na cabeça, piorou na madrugada de ontem. A pressão sanguínea no interior do crânio do ator aumentou e sofreu oscilações entre 3h e 8h de ontem. Segundo o neurocirurgião Jorge Pagura, que operou o ator, o aumento da pressão intracraniana dificulta a circulação de sangue no cérebro e pode levar à morte. O aumento da pressão ocorreu devido a um inchaço do cérebro e da retenção de sangue venoso (rico em gás carbônico) no crânio. Para controlar a pressão, os médicos alteraram a medicação de Brenner e o nível de oxigênio dissolvido em seu sangue e aumentaram a sedação. Segundo Pagura, a elevação da pressão foi controlada ainda pela manhã e a irrigação do cérebro esteve boa ao longo do dia. Ontem à tarde, o estado de saúde era considerado equilibrado, apesar de continuar muito grave. Pagura disse que o aumento da pressão já era esperado, devido ao tipo de ferimento. "Um ferimento causado por arma de fogo é muito mais grave que um traumatismo craniano devido a um acidente de carro. Além da perfuração, o calor da bala e a vibração dela afetam os tecidos à volta da ferida." Por esse motivo, disse o médico, foi importante a cirurgia que implantou um eletrodo dentro do crânio de Brenner. Pelo equipamento, os médicos podem monitorar o nível da pressão sanguínea. O médico não informou se o problema da madrugada de ontem poderá agravar as sequelas que o ator pode ter. Pagura afirma que seria imprudente fazer um prognóstico antes de passadas 72 horas do momento do ferimento. "Se o problema persistir amanhã (hoje), vamos continuar com a sedação", disse. Brenner continua em coma induzido. A condição do ator atraiu pessoas que tentam confortar sua família. Ontem, Maria Lucimar Lima viajou de Diadema, na Grande São Paulo, até o hospital onde o ator está internado, na zona sul da capital, para entregar aos parentes uma imagem de Nossa Senhora das Cabeças. Maria diz ter ganho a imagem de uma amiga, nove anos atrás, quando sua filha, também vítima de uma bala na cabeça, estava internada, sem chances de melhora, segundo os médicos. Hoje, diz Maria, sua filha fala e lê. "Inclusive em inglês", diz ela.



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