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"Beauty..." é uma atração de parque de diversões
do enviado a Nova York
Por estranho que pareça, a entrada da Disney na Broadway, com
"Beauty and the Beast", foi uma
sugestão do então crítico do "New
York Times", o "açougueiro"
Frank Rich.
Ele escreveu em 91, quando do
lançamento do desenho animado,
que se tratava do melhor "score"
musical, das melhores composições da temporada.
Era só para sublinhar o péssimo
momento vivido pela Broadway,
mas chamou a atenção da Disney,
que pouco depois deu início ao
projeto.
E "Beauty and the Beast" tem, de
fato, músicas empolgantes, do veterano (da própria Broadway)
Alan Menken. Uma delas em especial: "Be Our Guest", interpretada
por um coro avassalador, numa espécie de paródia das revistas, das
"follies" do início do século.
São atores vestidos de garfos, colheres, xícaras, numa encenação
que faz lembrar algum ótimo show
infantil -como é bem o caso, sendo o encenador Robert Jess Roth
então uma estrela ascendente no
Walt Disney World, tendo montado espetáculos como "Mickey's
Nutcracker" (sic).
Mas é preciso boa vontade para
encontrar outras qualidades nesta
que é, afinal, uma peça infantil
-com o agravante de estar longe
da sensualidade e da crueldade do
conto de fadas original. Os quatro
anos em cartaz não ajudam, já tendo a peça passado por diversos
elencos diferentes.
Tornou-se, como seria de esperar, antes uma atração de parque
de diversões do que teatro, propriamente.
O ritmo é sempre de tirar o fôlego, nos perigos de Belle; não falta
romantismo, ainda que assexuado, "neutro"; algum divertimento
é garantido até aos adultos, na
pantomima de Lumiere e Gaston.
Mas a superficialidade impera e
não se deve esperar nada além do
passatempo.
(NS)
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