São Paulo, sexta, 20 de novembro de 1998

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"Beauty..." é uma atração de parque de diversões

do enviado a Nova York

Por estranho que pareça, a entrada da Disney na Broadway, com "Beauty and the Beast", foi uma sugestão do então crítico do "New York Times", o "açougueiro" Frank Rich.
Ele escreveu em 91, quando do lançamento do desenho animado, que se tratava do melhor "score" musical, das melhores composições da temporada.
Era só para sublinhar o péssimo momento vivido pela Broadway, mas chamou a atenção da Disney, que pouco depois deu início ao projeto.
E "Beauty and the Beast" tem, de fato, músicas empolgantes, do veterano (da própria Broadway) Alan Menken. Uma delas em especial: "Be Our Guest", interpretada por um coro avassalador, numa espécie de paródia das revistas, das "follies" do início do século.
São atores vestidos de garfos, colheres, xícaras, numa encenação que faz lembrar algum ótimo show infantil -como é bem o caso, sendo o encenador Robert Jess Roth então uma estrela ascendente no Walt Disney World, tendo montado espetáculos como "Mickey's Nutcracker" (sic).
Mas é preciso boa vontade para encontrar outras qualidades nesta que é, afinal, uma peça infantil -com o agravante de estar longe da sensualidade e da crueldade do conto de fadas original. Os quatro anos em cartaz não ajudam, já tendo a peça passado por diversos elencos diferentes.
Tornou-se, como seria de esperar, antes uma atração de parque de diversões do que teatro, propriamente.
O ritmo é sempre de tirar o fôlego, nos perigos de Belle; não falta romantismo, ainda que assexuado, "neutro"; algum divertimento é garantido até aos adultos, na pantomima de Lumiere e Gaston. Mas a superficialidade impera e não se deve esperar nada além do passatempo.
(NS)


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