São Paulo, Segunda-feira, 20 de Dezembro de 1999


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ARTES PLÁSTICAS
Total captado para ampliar o acervo chega a R$ 500 mil
MAM-SP adquire 41 obras de arte contemporânea


ALVARO MACHADO
especial para a Folha


O Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP) adquiriu em 99, a sua escolha, 41 obras de arte contemporânea brasileira, com verbas obtidas por meio da chamada Lei Rouanet.
Articulações internacionais tornaram realidade a ampliação de alvos desejáveis descritos no projeto de patrocínio aprovado pelo Ministério da Cultura.
A 41ª obra, comprada na última semana, é a instalação em madeira "Inmensa", de Cildo Meireles, com valor de mercado estimado em US$ 45 mil.
O patrocinador é o grupo norte-americano de construção Tishman-Speyer, que se inscreveu no programa de doações após o empréstimo, durante seis meses, de quatro esculturas do acervo do MAM para uma nova torre na marginal Pinheiros (zona oeste de São Paulo).
O total captado pelo MAM, via lei de mecenato, desde dezembro de 98 chega a R$ 500 mil, informa a presidente da instituição, Milú Villela, que confia no prestígio de seu programa de doações para preencher, no ano 2000, as muitas lacunas da coleção do museu, numa lista de mais de 50 artistas brasileiros visados.
"Espero estar recebendo ainda mais adesões, já que o abatimento no imposto de renda alcança 100% do valor da doação", diz Milú Villela.
A liberdade na escolha das peças por parte do MAM foi garantida pela indicação, no projeto de patrocínio, de um leque de cerca de 50 nomes, em vez da nomeação de obras específicas, e ainda pela possibilidade de divisão de quotas de patrocínio.
Contribuíram para as compras o Banco de Crédito de São Paulo (escultura feita em mármore de Sérgio Camargo); o Banco Itaú (trabalhos de Tunga, Wesley Duke Lee e Carmela Gross); o Bradesco (trabalhos construtivistas da década de 50 de Hércules Barsotti, Fiaminghi e Sacilotto); a Companhia Vale do Rio Doce (peças de Waltércio Caldas, Lygia Clark e Franz Weissmann).
Também foram adquiridas obras de Sérvulo Esmeraldo, e entre as negociações mais recentes inclui-se a tela "Grande Detalhe" (68), de Antônio Henrique Amaral, da série das bananas, avaliada em R$ 40 mil. A obra de Amaral foi a única adquirida com patrocínio de pessoa física (Lurdinha Fontoura).
A comissão de arte do MAM encarregada das compras é um triunvirato (associação de três pessoas) formado pelo diretor do museu e colecionador José Olympio Pereira, o curador Tadeu Chiarelli e a crítica de arte Aracy Amaral. Segundo Olympio Pereira, os galeristas facilitaram condições e complementaram os pedidos com bônus em obras. Todos são estabelecidos em São Paulo: Luisa Strina, Raquel Arnaud, Thomas Cohn e Silvio Nery.
"Da forma como o projeto está redigido, não nos pré-obrigamos a comprar nenhuma obra e vamos adquirindo à medida que as oportunidades aparecem", afirma Olympio.
Já por meio de patrocínio sem contrapartida de vantagens fiscais, o MAM incorporou, também neste mês, cinco obras que integram atualmente a mostra Panorama de Arte Brasileira. Produzidas em 99, por Jac Leirner, Nelson Leirner, Sérgio Sister e Chico Amaral, as peças foram compradas com recursos do Deustche Bank.


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