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ARTES PLÁSTICAS
Total captado para ampliar o acervo chega a R$ 500 mil
MAM-SP adquire 41 obras
de arte contemporânea
ALVARO MACHADO
especial para a Folha
O Museu de Arte Moderna de
São Paulo (MAM-SP) adquiriu
em 99, a sua escolha, 41 obras de
arte contemporânea brasileira,
com verbas obtidas por meio da
chamada Lei Rouanet.
Articulações internacionais tornaram realidade a ampliação de
alvos desejáveis descritos no projeto de patrocínio aprovado pelo
Ministério da Cultura.
A 41ª obra, comprada na última
semana, é a instalação em madeira "Inmensa", de Cildo Meireles,
com valor de mercado estimado
em US$ 45 mil.
O patrocinador é o grupo norte-americano de construção Tishman-Speyer, que se inscreveu no
programa de doações após o empréstimo, durante seis meses, de
quatro esculturas do acervo do
MAM para uma nova torre na
marginal Pinheiros (zona oeste de
São Paulo).
O total captado pelo MAM, via
lei de mecenato, desde dezembro
de 98 chega a R$ 500 mil, informa
a presidente da instituição, Milú
Villela, que confia no prestígio de
seu programa de doações para
preencher, no ano 2000, as muitas
lacunas da coleção do museu, numa lista de mais de 50 artistas brasileiros visados.
"Espero estar recebendo ainda
mais adesões, já que o abatimento
no imposto de renda alcança
100% do valor da doação", diz Milú Villela.
A liberdade na escolha das peças por parte do MAM foi garantida pela indicação, no projeto de
patrocínio, de um leque de cerca
de 50 nomes, em vez da nomeação de obras específicas, e ainda
pela possibilidade de divisão de
quotas de patrocínio.
Contribuíram para as compras
o Banco de Crédito de São Paulo
(escultura feita em mármore de
Sérgio Camargo); o Banco Itaú
(trabalhos de Tunga, Wesley Duke Lee e Carmela Gross); o Bradesco (trabalhos construtivistas
da década de 50 de Hércules Barsotti, Fiaminghi e Sacilotto); a
Companhia Vale do Rio Doce
(peças de Waltércio Caldas, Lygia
Clark e Franz Weissmann).
Também foram adquiridas
obras de Sérvulo Esmeraldo, e entre as negociações mais recentes
inclui-se a tela "Grande Detalhe"
(68), de Antônio Henrique Amaral, da série das bananas, avaliada
em R$ 40 mil. A obra de Amaral
foi a única adquirida com patrocínio de pessoa física (Lurdinha
Fontoura).
A comissão de arte do MAM encarregada das compras é um
triunvirato (associação de três
pessoas) formado pelo diretor do
museu e colecionador José Olympio Pereira, o curador Tadeu
Chiarelli e a crítica de arte Aracy
Amaral. Segundo Olympio Pereira, os galeristas facilitaram condições e complementaram os pedidos com bônus em obras. Todos
são estabelecidos em São Paulo:
Luisa Strina, Raquel Arnaud,
Thomas Cohn e Silvio Nery.
"Da forma como o projeto está
redigido, não nos pré-obrigamos
a comprar nenhuma obra e vamos adquirindo à medida que as
oportunidades aparecem", afirma Olympio.
Já por meio de patrocínio sem
contrapartida de vantagens fiscais, o MAM incorporou, também neste mês, cinco obras que
integram atualmente a mostra
Panorama de Arte Brasileira. Produzidas em 99, por Jac Leirner,
Nelson Leirner, Sérgio Sister e
Chico Amaral, as peças foram
compradas com recursos do
Deustche Bank.
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