São Paulo, quinta-feira, 21 de fevereiro de 2002 |
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GASTRONOMIA VINICULTURA Em entrevista, produtor italiano critica os vinhos de seu país Brasil degusta frutos da "revolução" toscana
JORGE CARRARA O NASCIMENTO DO TIGNANELLO:
"Tignanello é o nome de um vinhedo que meu pai plantou nos
anos 20 com uvas sangiovese e cabernet sauvignon. Os resultados
obtidos na época foram muito
bons. Na década de 60, os vinhos
do chianti clássico [denominação
de origem da Toscana onde a firma tem suas principais propriedades" estavam perdendo a sua
reputação, caindo em qualidade,
em preço, em tudo. SOLAIA: "O primeiro ano do Solaia foi 78 e a razão pela qual o
produzimos foi que tínhamos
plantado cabernet em Tignanello.
Naquele ano, pela primeira vez,
sobrou cabernet que não quisemos usar para o Tignanello [a uva
entra em pequena proporção no
corte do vinho", já que era demasiado. Decidimos vinificá-lo em
separado, o que resultou em apenas alguns milhares de garrafas.
Novamente os resultados foram
promissores, por isso decidimos
continuar produzindo". OS MAIS DUROS CONCORRENTES:
"Penso que são os vinhos do Novo Mundo. Eles [os produtores"
têm mostrado que podem produzir vinhos de alta qualidade, são
muito agressivos no seu marketing. Enquanto no Velho Mundo,
na Europa, a produção é muito
fragmentada e há produtores
muito pequenos, no Novo Mundo acontece o oposto, há produtores muito grandes, poderosos.
Eles podem promover, gastar dinheiro. A VITIVINICULTURA ITALIANA:
"Na Itália temos ainda um longo
caminho a percorrer, no sentido
de que a produção total anual [de
vinho no país" é de 50 milhões de
hectolitros e o percentual de vinho de qualidade elaborado é
muito pequeno, eu diria de aproximadamente 30% do total. O resto é ainda de vinho barato e inferior que hoje não tem mercado e
nenhuma possibilidade de se
transformar em um bom negócio
para alguém. O BRASIL: "Na minha opinião o
Brasil é um dos mercados com
maior potencial para crescer. A
última vez em que estive no país
foi há 25 anos, e muita gente não
sabia nem sequer o que era vinho
naquela época. Agora vejo um interesse crescente pelo vinho, mas
ainda há muito espaço para crescer. Temos observado um bom
crescimento [no Brasil" nos últimos quatro ou cinco anos e não
vejo por que não continuar com a
mesma tendência". NOVAS FRONTEIRAS: "Gostaria
de poder realizar alguma coisa no
hemisfério Sul e, quando penso
nisso, penso certamente mais na
América do Sul do que na Austrália ou África do Sul, por razões
culturais. Seria mais natural para
nós. Mas estamos tão ocupados
na Itália que não temos tido tempo para novos projetos. Mas certamente, para mim, é uma espécie
de sonho que tenho e que, espero,
um dia se torne realidade". Os vinhos Antinori são importados pela Expand, tel. 0/xx/11/4613-3333 Texto Anterior: Guia: "Michelin" promove três restaurantes em 2002 Próximo Texto: Panorâmica - La Vecchia Cicina: Sergio Arno reformula o cardápio Índice |
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