RODRIGO MOURA
FREE-LANCE PARA A FOLHA

O Rumos Visuais está de volta. O megaprograma do Itaú Cultural dedicado ao mapeamento de novos nomes das artes visuais brasileiras abre amanhã sua segunda edição, exibindo os trabalhos de nada menos que 69 artistas na mostra principal, "Rumos da Nova Arte Contemporânea Brasileira", que tem curadoria de Fernando Cocchiarale.
A cidade escolhida para o lançamento do projeto, desta vez, foi Belo Horizonte, de onde passa por Campinas, Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo, Recife, Salvador, Curitiba e Porto Alegre, numa itinerância que vai até o ano que vem e se desdobra em 12 mostras menores, agrupadas em curadorias temáticas. A primeira delas, "Sobre(a)ssaltos", também será aberta amanhã.
A mostra principal, que na aparência lembra um grande salão, ocupa dois andares do Palácio das Artes, um espaço dedicado a exposições e espetáculos na cidade. A organização museográfica segue a estrutura de nichos para as obras, que, na sua maioria, são de pequeno e médio porte, priorizando a quantidade, uma marca do projeto.
A produção exibida inclui pinturas, performances, desenhos, gravuras, fotografias, pequenas instalações, objetos. Em tese, os videoartistas saem no lucro em relação ao excesso museográfico, pois terão, em alguns casos, salas isoladas para seus trabalhos.
Em meio à abundância de artistas, o curador Fernando Cocchiarale identifica algumas tendências: trabalhos que questionam o circuito e o sistema institucional das artes, uso das tecnologias digitais na relação com a imagem e a boa e velha crise do sujeito contemporâneo. O projeto recebeu 1.495 inscrições, seguindo sua vocação de ser o mais abrangente possível. Desse universo, 292 artistas foram indicados por curadores regionais, dos quais 69 foram incluídos no programa.