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RUÍDO
Numeração tem até 22 de abril para vigorar
PEDRO ALEXANDRE SANCHES
DA REPORTAGEM LOCAL
Abafada do debate desde a assinatura por FHC, no final de
dezembro, a lei que obriga os
CDs a serem numerados na fábrica segue tramitando nos bastidores. A data final para que as
novas disposições entrem em vigor é 22 de abril, e até lá as partes
se movem em silêncio.
A Associação Brasileira dos
Produtores de Discos, que de
início reagira afirmando a inviabilidade de controlar desse modo vendas de CDs, afirma não
ter um posicionamento oficial
sobre como levará a lei a cabo.
Mas até o músico Lobão, líder
da reivindicação, transmite otimismo: "Estou sabendo que as
gravadoras estão se preparando
para cumprir a lei".
O empresário Steve Altit, suplente de Ivan Lins na comissão
que discutia a lei, concorda. "Pelo que sei, não haverá aumento
de preço. O processo industrial
não muda nada."
Lobão diz que a associação de
músicos montada simultaneamente à assinatura da lei tem
reunião de definição de diretrizes marcada para segunda-feira.
O presidente nomeado da associação é Victor Neto, que dirige
o Sindicato dos Músicos do Rio.
Altit critica o silêncio do novo
ministro da Cultura sobre o tema: "Gilberto Gil não se manifestou, me impressiona essa atitude de descaso. Duvido que ele
tenha sequer lido o projeto".
Gilberto Gil não compra a
provocação, admite distância do
assunto e afirma: "Não pretendo
intervir até que seja chamado,
ou até que o ministério julgue
que isso seja necessário".
O NÃO-LANÇAMENTO
Em 1973, Jards Macalé agitou um show coletivo com o
objetivo de comemorar o
25º aniversário da Carta de
Declaração dos Direitos Humanos da ONU. Em tempo
de regime militar, dirigiu em
show humanitário e posterior disco beneficente "O
Banquete de Mendigos",
com Paulinho da Viola, Edu
Lobo, Chico Buarque, Milton Nascimento, Gal Costa,
Raul Seixas e outros. O disco
foi proibido pela Censura,
que só revogou a decisão em
79. Hoje o álbum duplo enfrenta veto de outra ordem,
comercial -a gravadora
BMG, dona dos direitos,
nunca o lançou em CD, nem
após a recente homenagem a
Macalé na sede carioca da
ONU.
OS VIVOS E OS MORTOS
Inimigo de sua própria
criação, Roberto Carlos vetou a
reedição de "Quero que Vá
Tudo pro Inferno" na caixa de
Nara Leão, mas nem sempre
ele tem agido assim. Em
novembro passado, a música
foi relançada na caixa do
parceiro Erasmo. Naquela
gravação, os vocais eram
divididos com Caetano Veloso.
SEM REMIX
Enquanto isso, o projeto de
remixes de hits de Roberto
Carlos está emperrado. Ele
usou dois dos remixes em seu
CD de Natal, e o resto continua
engavetado. O presidente da
Sony, José Antonio Eboli, diz
que desde o início a
possibilidade de lançamento
era "remota". "Isso continua
na mesma situação. Talvez o
lancemos ou não", diz.
TRAMA FEMININA
A Trama bancará a volta da
roqueira (e clubber) gaúcha
Laura Finocchiaro. Ela coligou
seu selo independente à
gravadora para lançar um
novo CD, que trará parceria
com Tom Zé ("Ela, Eu"). E a
Distribuidora Independente,
da Trama, reeditará os únicos
três discos que Laura gravou
em mais de 20 anos de carreira.
psanches@folhasp.com.br
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