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São Paulo, sexta-feira, 21 de março de 2003

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CRÍTICA

Força dos diálogos torna filme memorável

CRÍTICO DA FOLHA

As primeiras imagens de "As Confissões de Schmidt" mostram a feia paisagem de Omaha, berço do diretor Alexander Payne. Elas ocupam a tela por vários minutos antes de vermos Warren Schmidt em seu escritório, esperando o relógio dar 5h.
Schmidt é Jack Nicholson, rosto de expressão impagável. O que chama atenção não é tanto o ator, de recursos conhecidos, mas a apresentação do personagem, exclusivamente com ângulos de câmera e recursos de montagem.
Apesar do início puramente cinematográfico, quase toda a força de "Schmidt" (que vai ao Oscar com Nicholson, indicado a melhor ator, e Kathy Bates, atriz coadjuvante) está nos diálogos e nas atuações, já que o "timing" do filme é irregular. O roteiro narra uma crise existencial apelando para meios arriscados, como a narração em "off" e a exploração de aspectos patéticos, tanto do personagem como do ator.
Schmidt, coisa rara no cinema americano, atravessa uma crise verossímil, em que Nicholson se expõe corajosamente. Isso começa quando ele perde duas âncoras de sua vida: o trabalho e a mulher. Sem controle sobre si próprio, ele tenta impedir o casamento da filha (Hope Davis) com um idiota (Dermot Mulhoney).
De um pontapé inicial brilhante, o roteiro parte para uma viagem arrastada pelo interior dos EUA, até chegar ao que interessa: o encontro de Schmidt com a mãe de seu genro (Kathy Bates).
Desse embate entre um homem careta e uma ex-hippie nascem piadas geniais, que podem figurar em qualquer antologia de momentos hilários do cinema americano. E que fazem a gente relevar o final canalha. (PEDRO BUTCHER)


As Confissões de Schmidt
About Schmidt
   
Direção: Alexander Payne
Produção: EUA, 2002
Com: Jack Nicholson e Kathy Bates
Quando: a partir de hoje nos cines Pátio Higienópolis, Top Cine e circuito



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