São Paulo, quarta-feira, 21 de junho de 2000


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Malheiro rege Amazonas Filarmônica

IRINEU FRANCO PERPETUO
ESPECIAL PARA A FOLHA

O maestro paulista Luiz Fernando Malheiro é o novo regente titular e diretor artístico da Amazonas Filarmônica, orquestra sediada em Manaus. Malheiro sucede Júlio Medaglia, que criou a filarmônica, em 97, e foi demitido em dezembro do ano passado.
Desde então, a chefia da orquestra vinha sendo ocupada interinamente por Marcello Stasi, convidado por Medaglia para ser seu assistente a partir de setembro do ano passado e transferido agora para o cargo de regente residente.
"Encaro com naturalidade a escolha do Malheiro", afirma Stasi. "Quando o Júlio saiu, formulei a programação de que a orquestra precisava; agora, a direção resolveu escolher o diretor artístico, e eu vou assumir como adjunto."
Vinculada ao governo do Estado, a orquestra é hoje administrada pela Associação Cultural Amazonas Filarmônica, uma entidade de direito privado. Seus recursos, contudo, são oriundos eminentemente do Estado. "Escolhemos o Malheiro porque ele sido presença frequente em Manaus, devido ao Festival Amazonas de Ópera", afirma Mário Sussman, diretor-executivo da associação. Realizado anualmente no teatro Amazonas, o festival teve Malheiro como seu diretor musical em suas últimas edições (1999 e 2000).
"Queremos colocar Manaus definitivamente no calendário de música, não só brasileiro, mas internacional", diz Malheiro, cujo contrato vai até o final de 2001. "Queremos ter uma programação de ópera que não se restrinja apenas ao festival."
Malheiro divide a Amazonas Filarmônica com a Orquestra de Câmera São Paulo (grupo privado da capital paulista do qual é diretor artístico) e com o cargo de diretor musical de ópera do Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Em outubro deste ano, ele rege, no Teatro Nacional de São Carlos, em Lisboa, a ópera "Il Guarany", de Carlos Gomes; e, no mês seguinte, dirige, no Municipal do Rio, a ópera "Carmen", de Bizet.
Em Manaus, ele deve trabalhar basicamente com a programação montada por Stasi para este ano.
Estreando com o "Réquiem", de Mozart, o regente deve fazer cinco programas com a filarmônica até dezembro, trabalhando nove semanas com a orquestra.
A Amazonas Filarmônica tem um nível artístico surpreendente. Provenientes, em sua quase totalidade, do Leste europeu, seus 62 integrantes recebem salário médio de R$ 2.800.
A meta de Malheiro é ampliar a orquestra, preenchendo vagas em naipes que estão carentes. "Neste ano, serão poucas contratações, mas gostaria de pelo menos completar os naipes de violas (que tem quatro integrantes) e de contrabaixos (apenas dois)."


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