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Tecnologia divulga os independentes
da Reportagem Local
A tecnologia digital não traz só
efeitos especiais espetaculares e
aumento da pirataria. Algumas
empresas planejam popularizar e
comercializar filmes independentes usando a Internet.
A Atom Films (www.atomfilms.com) já opera desde o dia 1º de
março, vendendo curtas-metragens para emissoras de TV e distribuidoras e mostrando filmes produzidos especialmente para a exibição na rede.
"Estamos oferecendo conteúdo
que não é encontrado em outros
lugares", diz o fundador e presidente da Atom, Mika Salmi, em
nota oficial.
A Atom Films é parte de um movimento de criadores que acreditam que as dificuldades atuais de
utilização da Internet para a exibição de filmes é um estímulo à criatividade.
Os dois principais artífices desse
movimento são os sites D.Film
(www.dfilm.com) e The New Venue (www.newvenue.com). Para
eles, fazer filmes para a rede é um
movimento estético.
"É preciso levar em conta que tudo se resume a tamanho e qualidade da imagem. As pessoas vão ver
tudo numa telinha pequena e o filme tem de ser pensado nesses termos", diz o nova-iorquino Jason
Wishnow, 25, que produz vídeos
do gênero e mantém o New Venue.
As técnicas incluem, por exemplo, produzir os filmes em preto-e-branco, com som mono, poucos
movimentos e com uma duração
de poucos minutos para diminuir
o tamanho do arquivo e facilitar a
sua cópia via Internet.
"A tecnologia digital terá papel
importante na forma de se fazer filmes. A qualidade e a abrangência
dos efeitos são irresistíveis para os
criadores", disse Jennifer Mei Sum
Ho à Folha, via e-mail. Ela dirigiu
o documentário "Consensual
Sex", que fala sobre prostituição e
pode ser visto no New Venue.
O russo Lev Manovich fez, também no New Venue, uma homenagem ao cinema com "Little Movies". "Os computadores tornam
possível combinar a animação e o
cinema, indo além da linguagem
usual dos filmes", explica.
Os grandes produtores já se sentem atraídos pelas possibilidades
também. Depois de ser ignorado
no Festival de Cannes em 1998,
Scott Sander, presidente da Sightsound.com, foi muito bem tratado
pelos estúdios na edição deste ano.
Ele adquiriu os direitos do filme
de ficção científica "Pi", para o ciberespaço. Foi o primeiro acordo
do gênero firmado no mundo.
(ALEXANDRE MARON)
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