São Paulo, Segunda-feira, 21 de Junho de 1999
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Tecnologia divulga os independentes

da Reportagem Local

A tecnologia digital não traz só efeitos especiais espetaculares e aumento da pirataria. Algumas empresas planejam popularizar e comercializar filmes independentes usando a Internet.
A Atom Films (www.atomfilms.com) já opera desde o dia 1º de março, vendendo curtas-metragens para emissoras de TV e distribuidoras e mostrando filmes produzidos especialmente para a exibição na rede.
"Estamos oferecendo conteúdo que não é encontrado em outros lugares", diz o fundador e presidente da Atom, Mika Salmi, em nota oficial.
A Atom Films é parte de um movimento de criadores que acreditam que as dificuldades atuais de utilização da Internet para a exibição de filmes é um estímulo à criatividade.
Os dois principais artífices desse movimento são os sites D.Film (www.dfilm.com) e The New Venue (www.newvenue.com). Para eles, fazer filmes para a rede é um movimento estético.
"É preciso levar em conta que tudo se resume a tamanho e qualidade da imagem. As pessoas vão ver tudo numa telinha pequena e o filme tem de ser pensado nesses termos", diz o nova-iorquino Jason Wishnow, 25, que produz vídeos do gênero e mantém o New Venue.
As técnicas incluem, por exemplo, produzir os filmes em preto-e-branco, com som mono, poucos movimentos e com uma duração de poucos minutos para diminuir o tamanho do arquivo e facilitar a sua cópia via Internet.
"A tecnologia digital terá papel importante na forma de se fazer filmes. A qualidade e a abrangência dos efeitos são irresistíveis para os criadores", disse Jennifer Mei Sum Ho à Folha, via e-mail. Ela dirigiu o documentário "Consensual Sex", que fala sobre prostituição e pode ser visto no New Venue.
O russo Lev Manovich fez, também no New Venue, uma homenagem ao cinema com "Little Movies". "Os computadores tornam possível combinar a animação e o cinema, indo além da linguagem usual dos filmes", explica.
Os grandes produtores já se sentem atraídos pelas possibilidades também. Depois de ser ignorado no Festival de Cannes em 1998, Scott Sander, presidente da Sightsound.com, foi muito bem tratado pelos estúdios na edição deste ano.
Ele adquiriu os direitos do filme de ficção científica "Pi", para o ciberespaço. Foi o primeiro acordo do gênero firmado no mundo.
(ALEXANDRE MARON)

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