São Paulo, sexta-feira, 21 de outubro de 2005

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NAS LOJAS

MPB
BEM + PERTO
   
ADRIANA CAPPARELLI
Entre o belo "Pequeno Circo Íntimo", dedicado à obra de Aldir Blanc, e este novo "Bem + Perto", passaram-se cerca de cinco anos e oito espetáculos teatrais. A atriz paulista Adriana Capparelli dá vez a uma cantora mais amadurecida, com coragem para se inserir no repertório. A sua "Asas do Desejo" e as duas parcerias com Letícia Coura -"Asma", "Por que (Não) Ir?"- são bons momentos de voz e composição do disco, assim como é feliz a aposta em "Décadas", de Natalia Mallo.
POR QUE OUVIR: Apesar da deslocada presença da canção "Day Tripper" (de John Lennon & Paul McCartney), o CD tem uma ternura que consegue ser cativante sem se tornar melosa. A dilacerada "3 da Madrugada" (parceria de Carlos Pinto e Torquato Neto) ganha linda versão na voz de Adriana. (LUIZ FERNANDO VIANNA)
GRAVADORA: Dabliú.
QUANTO: R$ 22, em média.

Rock
TELEVISION
   
TELEVISION
Lançado originalmente em 1992, "Television" é o terceiro disco da banda nova-iorquina, após um hiato de 14 anos. Seja pelos shows marcados no Brasil, seja pela influência decisiva em bandas badaladas como Strokes, o disco merece revisão. Recebido com empolgação moderada na época, "Television" fica entre a pegada mais rock da obra-prima de "Marquee Moon" e a suavidade de "Adventure", os álbuns anteriores. O problema não é a questão "eles envelheceram" (voz e guitarra não são mais as mesmas etc.), mas sim um tratamento de produção ainda mergulhado nos anos 80, desnecessário.
POR QUE OUVIR: mesmo que não tenha se tornado clássico, "Television" reúne ótimos momentos das guitarras de Tom Verlaine, Richard Lloyd e Fred Smith, como em "1880 or So", "Call Mr. Lee" e "Shane, She Wrote This". (BRUNO YUTAKA SAITO)
GRAVADORA: EMI. QUANTO: R$ 21, em média.

JAZZ
SAD LIFE
    
IVO PERELMAN
O saxofonista brasileiro mostra por que o free jazz não foi apenas um modismo da década de 60. A partir do "free", os músicos de jazz se viram livres da necessidade de trabalhar em cima de um tema ou de respeitar a harmonia tonal. E o disco de Perelman é um dos melhores exemplos de que esse estilo jazzístico segue vivo e tem muito o que dizer. Acompanhado da lenda da bateria free jazzística, Rashied Ali, Perelman sopra seu sax tenor como se fosse um pintor expressionista abstrato despejando tinta em uma tela.
POR QUE OUVIR: O disco de Perelman é um antídoto à mesmice e ao conservadorismo que monopolizam o jazz atual. Indicado para quem não tem preguiça para o novo e não se assusta facilmente com dissonâncias.
(FABRICIO VIEIRA)
GRAVADORA: Atração Fonográfica.
QUANTO: R$ 20, em média.


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