São Paulo, quarta-feira, 22 de maio de 2002

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TV

Programa do SBT repete resultado de outros "reality shows", que não mantêm o sucesso da estréia

"Casa 2" atesta a ressaca das segundas edições

RODRIGO DIONISIO
DA REPORTAGEM LOCAL

Mais do que demonstrar um possível fracasso do SBT, a final de "Casa dos Artistas 2", no domingo passado, confirma "síndrome" que atinge as segundas versões dos "reality shows".
A atração da emissora de Silvio Santos registrou ibope decrescente a cada domingo, dia-chave da produção (veja quadro ao lado). Teve em seu último capítulo média inferior ao do primeiro programa da segunda versão.
Fato semelhante havia ocorrido com "No Limite", da Globo, cujas segunda e terceira versões registraram ibopes inferiores à primeira. "Big Brother Brasil 2" marcou na estréia 20 pontos a menos do que o início do primeiro.
Para o sociólogo e professor da USP (Universidade de São Paulo) Laurindo Leal Filho, a explicação é "óbvia". "Esses programas deixam de ser novidade muito depressa por terem fórmula pobre."
Já patrocinar "reality shows" parece se manter como um bom negócio. O SBT afirma até que parte da queda de audiência de "Casa 2" foi causada pelo número maior de intervalos comerciais.
"As TVs testam de tudo. O que não dá certo é descartado. O mercado publicitário é caudatário desse processo, às vezes um ou outro anunciante "saca" a coisa antes, como a Fiat [patrocinadora de "Casa" e "BBB'", e se dá bem", afirma Daniel Barbará, diretor comercial da agência DPZ.
Ainda assim, outra semelhança entre os diversos "reality shows" tem sido a diminuição do quanto é cobrado pelos anúncios.
"A redução dos valores tem demonstrado que a proporção custo e benefício precisa ser mantida. Em razão da menor audiência projetada, é necessário diminuir o valor dos patrocínios", diz o consultor Antonio Rosa Neto.
Segundo o diretor de programação do SBT, Mauro Lissoni, "Casa 2" "foi altamente rentável". "Além das cotas de patrocínio serem vendidas antecipadamente, tivemos grande demanda de anúncios avulsos."
Quanto à duração reduzida de "Casa 3" (que estréia em 2 de junho e fica 59 dias no ar, um mês a menos que a segunda), o diretor diz ser essa a forma de melhorar a receptividade da atração e aumentar a "fidelidade" do público.
Outras alterações, como reunir seis famosos e seis fãs (as duas primeiras só tinham "artistas"), visam claramente recuperar a audiência. "Mas temos a consciência de que um desempenho idêntico ao da primeira edição é muito difícil, uma vez que o "fator surpresa" inexiste", diz Lissoni.



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