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TV
Programa do SBT repete resultado de outros "reality shows", que não mantêm o sucesso da estréia
"Casa 2" atesta a ressaca das segundas edições
RODRIGO DIONISIO
DA REPORTAGEM LOCAL
Mais do que demonstrar um possível fracasso do SBT, a final de "Casa dos Artistas 2", no domingo passado, confirma "síndrome" que atinge as segundas
versões dos "reality shows".
A atração da emissora de Silvio
Santos registrou ibope decrescente a cada domingo, dia-chave da
produção (veja quadro ao lado).
Teve em seu último capítulo média inferior ao do primeiro programa da segunda versão.
Fato semelhante havia ocorrido
com "No Limite", da Globo, cujas
segunda e terceira versões registraram ibopes inferiores à primeira. "Big Brother Brasil 2" marcou
na estréia 20 pontos a menos do
que o início do primeiro.
Para o sociólogo e professor da
USP (Universidade de São Paulo)
Laurindo Leal Filho, a explicação
é "óbvia". "Esses programas deixam de ser novidade muito depressa por terem fórmula pobre."
Já patrocinar "reality shows"
parece se manter como um bom
negócio. O SBT afirma até que
parte da queda de audiência de
"Casa 2" foi causada pelo número
maior de intervalos comerciais.
"As TVs testam de tudo. O que
não dá certo é descartado. O mercado publicitário é caudatário
desse processo, às vezes um ou
outro anunciante "saca" a coisa
antes, como a Fiat [patrocinadora
de "Casa" e "BBB'", e se dá bem",
afirma Daniel Barbará, diretor comercial da agência DPZ.
Ainda assim, outra semelhança
entre os diversos "reality shows"
tem sido a diminuição do quanto
é cobrado pelos anúncios.
"A redução dos valores tem demonstrado que a proporção custo
e benefício precisa ser mantida.
Em razão da menor audiência
projetada, é necessário diminuir o
valor dos patrocínios", diz o consultor Antonio Rosa Neto.
Segundo o diretor de programação do SBT, Mauro Lissoni,
"Casa 2" "foi altamente rentável".
"Além das cotas de patrocínio serem vendidas antecipadamente,
tivemos grande demanda de
anúncios avulsos."
Quanto à duração reduzida de
"Casa 3" (que estréia em 2 de junho e fica 59 dias no ar, um mês a
menos que a segunda), o diretor
diz ser essa a forma de melhorar a
receptividade da atração e aumentar a "fidelidade" do público.
Outras alterações, como reunir
seis famosos e seis fãs (as duas primeiras só tinham "artistas"), visam claramente recuperar a audiência. "Mas temos a consciência
de que um desempenho idêntico
ao da primeira edição é muito difícil, uma vez que o "fator surpresa" inexiste", diz Lissoni.
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