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Geoffrey Rush personifica Peter Sellers
DO ENVIADO A CANNES
A última exibição de Cannes foi
um telefilme, "The Life and Death
of Peter Sellers", de Stephen Hopkins, mais conhecido por seu trabalho à frente de séries como "24
Horas" e pela adaptação do cult
"Perdidos no Espaço". Ou seja,
chegou carregado de preconceitos. Imerecidos, ainda mais pela
performance irretocável de Geoffrey Rush no papel de um dos
maiores comediantes (e questionáveis homens) do cinema.
Richard Henry Sellers nasceu
numa família de artistas de classe
média no dia 8 de setembro de
1925 e morreu milionário em 24
de julho de 1980, de ataque do coração. Teve quatro mulheres e
três filhos, aos quais deixou de herança US$ 2.000 para cada um. É
basicamente tudo o que se sabe
sobre o ator. O filme mostra a relação quase doentia de Sellers
com a mãe (superprotetora e louca por um flash) e o permanente
estado de susto em que mantinha
seus dois primeiros filhos.
Mas o mais interessante são as
passagens que mostram como
eram complicadas primeiro suas
criações, depois incorporações,
de personagens que depois seriam marcos da cultura popular,
caso dos três papéis que desempenhou em "Dr. Fantástico" (1964),
de Stanley Kubrick, e o momento
em que define, no banheiro de um
avião, como será o inspetor Closeau de "A Pantera Cor-de-Rosa".
O filme acaba com Sellers realizando o projeto de uma vida, o filme "Muito Além do Jardim"
(1979), que lhe rendeu uma indicação ao Oscar de melhor ator
(perdida para o Dustin Hoffmann
de "Kramer versus Kramer") e o
colocou em paz consigo -até sua
morte, no ano seguinte.
(SD)
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