São Paulo, segunda-feira, 22 de maio de 2006

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FILMES

TV ABERTA

Nada em Comum   
RECORD, 14H15 -
(Nothing in Common). EUA, 1986, 118 min. Direção: Garry Marshall. Com Tom Hanks, Jackie Gleason, Eva Marie Saint, Hector Elizondo. Típico filme de atores, e o último trabalho de Jackie Gleason, o pai briguento e diabético de quem se ocupa o filho Tom Hanks. Comédia dramática.

A Lagoa Azul  
GLOBO, 15H35 -
(The Blue Lagoon). EUA, 1980, 100 min. Direção: Randal Kleiser. Com Brooke Shields, Christopher Atkins. Depois de um naufrágio, duas crianças aprendem a sobreviver em uma ilha deserta. As crianças crescem e aprendem mais algumas coisas. O tempo passa e o paraíso continua um cartão postal. Só para São Paulo.

Feitiço do Tempo    
GLOBO, 15H35-
(Groundhog Day). EUA, 1993, 109 min. Direção: Harold Ramis. Com Bill Murray, Andie MacDowell. Murray é o repórter de TV metido que, em dado momento, se vê aprisionado em determinado momento do tempo. Essa fatalidade vai abri-lo para o conhecimento de si mesmo, ou de um outro si mesmo, ou qualquer coisa assim. Filme armado com inteligência. Exibido para toda a rede.

X-Men 2    
GLOBO, 22H25-
(X-Men 2). EUA, 2003, 135 min. Direção: Bryan Singer. Com Patrick Stewart, Ian McKellen, Halle Berry. Professor Xavier (Stewart) recorre a Magneto (Kellen), seu antigo desafeto, em busca de uma maneira de combater terrível plano dos mutantes. Mutantes continuam a não ser boa idéia, mas admita-se que Singer, diretor não desprovido de talento, está bem à vontade com eles. Inédito.

Memórias de um Homem Invisível    
SBT, 2H15 -
(Memoirs of an Invisible Man). EUA, 1992, 99 min. Direção: John Carpenter. Com Chevy Chase, Daryl Hannah. Homem que se torna invisível por acidente descobre as múltiplas vantagens da nova condição. Não haverá só vantagens. Comédia fantástica entre o ser e o não ser levada com classe, e recursos relativamente modestos, por Carpenter.

Intercine
GLOBO, 2H50-
Abre a semana o filme brasileiro escolhido pelos espectadores-votantes entre "Mar de Rosas" (1977, de Ana Carolina, com Norma Bengell, Otavio Augusto, Cristina Pereira) e "Lição de Amor" (1975, de Eduardo Escorel, com Lilian Lemmertz, Irene Ravache, Rogério Froes). Para votar no primeiro filme, liga-se 0800.70.9011; o número para votar no segundo filme é 0800.70.9012 (o que vale em todas as sessões, de segunda a sexta).

Os Sete Magníficos Gladiadores  
SBT, 4H -
(The Seven Magnificent Gladiators). Itália, 1983, 86 min. Direção: Bruno Mattei. Com Lou Ferrigno, Sybil Danning, Brad Harris. Ferrigno e outros tantos gladiadores enfrentam exércitos invasores, mais maldição de uma bruxa, em alguma Antiguidade. Só para São Paulo. (IA)

TV PAGA

Filme na TV/crítica

Godard faz sci-fi recriando clichês

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Para mim, nada é mais interessante em questão de ficção científica do que "Alphaville" (TC Cult, 16h15), talvez, justamente, porque nada ali se pretenda científico.
O estranho meio de transporte coletivo que cruza a cidade do futuro, por exemplo, é o metrô de Paris, que, fotografado por Raoul Coutard, torna-se um trem fantasma. Revisto hoje, o filme não esconde sua data: os anos 60 aparecem lá até no que a história tem de mais tolo, que é seu apelo humanista à liberdade e contra as tiranias. Jean-Luc Godard, diretor desse filme, não estava tão preocupado com seu tema. Ele era um bom pretexto para que o personagem Lemmy Caution (Eddie Constantine) lesse uns poemas de Paul Eluard para a heroína, Natacha von Braun (Anna Karina). E para que o homem tirasse a mulher do transe robótico. Existe, ainda, a figura sinistra do próprio Von Braun, com suas fórmulas matemáticas para controlar a irracionalidade humana. Era um fantasma dos anos 60. E, se olharmos com atenção, veremos que esse fantasma não era tão irrealista: quantos meios de controle nos cerceiam hoje?
De todo modo, o que conta em Godard é a possibilidade de misturar a ficção científica e o filme de detetive, de no meio misturar uma execução de prisioneiros com "Escola de Sereias". É ir ao clichê para reciclá-lo. E nisso está o paradoxo de "Alphaville": é por se pretender produto de uma época que ele consegue se preservar.


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