São Paulo, sexta-feira, 22 de junho de 2001

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"Atlantis" recorre às formas clássicas para entrar na briga

FREE-LANCE PARA A FOLHA, EM LOS ANGELES

Enquanto o mordaz e pitoresco anticonto de fadas inteiramente gerado por computadores transforma-se em mania nos Estados Unidos, a Disney chega para fazer frente ao monstro com "Atlantis -O Reino Perdido", um desenho não musical, feito parte em animação tradicional, parte em computadores, com personagens de traços clássicos, trama complicada e, por essas características, para muitos, fora de hora e lugar.
"Decidimos voltar às raízes e reviver o gênero de ação que Walt criou nos anos 50; um épico da aventura em forma de desenho animado", disse o diretor Kirk Wise à Folha, em Los Angeles.
Enquanto isso, os outros estúdios investiam em programas capazes de recriar as mais minuciosas expressões humanas ("Final Fantasy"), em scripts mais simples e despretensiosos ("Pokemon") e em tramas sarcásticas e irônicas ("South Park", "Shrek").
A fase pode não ser boa para o estúdio de Walt, que recentemente anunciou a demissão de 4.000 funcionários e até dezembro de 2003 terá reduzido à metade seu quadro de empregados, mas a especulação de que a Disney teria deixado escapar seu toque de Midas é, certamente, exagerada. Afinal, não podemos esquecer que estamos falando do estúdio que, entre outras coisas, lucrou US$ 1 bilhão com "O Rei Leão".
No fim de semana de lançamento nos Estados Unidos, "Atlantis", que, segundo especulações, custou mais de US$ 80 milhões, arrecadou apenas US$ 20 milhões em bilheteria, contra os quase 50 de "Shrek", projeto de 60 milhões.
Se "Atlantis" não for o "blockbuster" que o estúdio do Mickey esperava, "Monsters, Inc", que chega às telas americanas em novembro, a julgar pelos primeiros números de "Atlantis", será a única esperança de contra-ataque da Disney. (ML)



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