São Paulo, sábado, 22 de junho de 2002

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Livrarias têm boas coberturas de guerras

DA REPORTAGEM LOCAL

Livros como os de Luís Edgar de Andrade e Rosely Forganes deveriam ser leitura obrigatória em escolas de jornalismo.
Andrade viveu a época áurea do jornalismo de guerra. As forças armadas dos EUA no Vietnã davam transporte, alojamento e comida aos correspondentes.
Graças ao forte impacto dessa cobertura na opinião pública desde então os militares têm procurado limitar o acesso do jornalista ao campo de batalha.
Ironicamente, o livro que é citado como boa descrição da atividade do correspondente de guerra procura mostrar que este sempre falha na tarefa: "A Primeira Vítima", do australiano Phillip Knightley (de 1975, editado no Brasil em 1978).
Knightley nunca cobriu um conflito. Por isso não entende que o correspondente nunca consegue ter toda a "verdade", que no máximo pode obter uns pedaços do quebra-cabeças.
Para avançar sobre as opiniões de Knightley seria conveniente que o leitor brasileiro pudesse ler o livro de Hastings, "Going to the Wars" ("Indo às Guerras"), um verdadeiro guia de como cobrir um conflito.
Outro excelente livro está disponível em português: "Ao Vivo do Campo de Batalha" (Editora Rocco, 1994), as memórias do neozelandês Peter Arnett.
Ele não foi de todo honesto ao dizer que estava sozinho em Bagdá em 1991 e depois se envolveu na falsa divulgação de que os EUA teriam usado armas químicas na Indochina. Mas foi certamente o repórter que mais visitou campos de batalha do Vietnã.
Arnett foi, junto com David Halberstam e Neil Sheehan, um dos que primeiro enxergaram os erros da intervenção americana no Vietnã. Justamente por isso os três foram objeto de outro livro importante, "Once Upon a Distant War" ("Era Uma Vez uma Guerra Distante"), de William Prochnau, de 1995. (RBN)


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