|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
"Coyote" chega
para instaurar
"selvageria"
ROGÉRIO EDUARDO ALVES
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Em tempos de globalização, a literatura e a arte parecem subjugadas aos princípios das boas maneiras.
Contra essa corrente unificadora, a revista "Coyote"
chega às livrarias para instaurar a "selvageria".
Além de ser um símbolo
da intervenção cultural a que
se propõe, o nome da publicação remete à mitologia de
povos cuja poesia extrapola
as referências européias tradicionais. "Também estamos interessados em revalorizar a poesia recuperando
as tradições indígenas e a palavra com poder de encantamento como esses povos a
viam", afirma o poeta Ademir Assunção, que edita a
revista com os também poetas Marcos Losnak e Rodrigo Garcia Lopes.
Todo esse espírito combativo aparece resumido no
pouco conhecido trabalho
de Heriberto Yépez, o escritor mexicano que é destaque
no primeiro número de "Coyote", de periodicidade trimestral. Yépez produz ensaios sobre Charles Bukowski e Tristan Tzara, ataca a
"canonização" de Octavio
Paz e leva sua poesia para as
ruas na forma de grafites.
Embora tratando principalmente de poesia, a revista
abre espaço para a prosa e
outras artes, como a dos
quadrinhos e da fotografia.
Os editores pretendem manter a publicação de "miniantologias" de pessoas pouco
conhecidas, como a de Neuza Pinheiro que está no número inicial, e "minidossiês"
como o de Yépez e o de Mário Bortolotto, programado
para o próximo número.
Idéia antiga, "Coyote" só
conseguiu ser efetivada por
meio do projeto de lei de incentivo da Prefeitura de
Londrina, onde estão radicados Losnak e Lopes.
COYOTE. Edição: Ademir
Assunção, Marcos Losnak e
Rodrigo Garcia Lopes.
Distribuição: ed. Iluminuras.
Quanto: R$ 10 (40 págs.). E-mail:
revistacoyote@uol.com.br.
Texto Anterior: Literatura: Encontro ergue pontes na América do Sul Próximo Texto: Walter Salles: Cinema e futebol Índice
|