São Paulo, sábado, 22 de junho de 2002

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"Coyote" chega para instaurar "selvageria"

ROGÉRIO EDUARDO ALVES
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Em tempos de globalização, a literatura e a arte parecem subjugadas aos princípios das boas maneiras. Contra essa corrente unificadora, a revista "Coyote" chega às livrarias para instaurar a "selvageria".
Além de ser um símbolo da intervenção cultural a que se propõe, o nome da publicação remete à mitologia de povos cuja poesia extrapola as referências européias tradicionais. "Também estamos interessados em revalorizar a poesia recuperando as tradições indígenas e a palavra com poder de encantamento como esses povos a viam", afirma o poeta Ademir Assunção, que edita a revista com os também poetas Marcos Losnak e Rodrigo Garcia Lopes.
Todo esse espírito combativo aparece resumido no pouco conhecido trabalho de Heriberto Yépez, o escritor mexicano que é destaque no primeiro número de "Coyote", de periodicidade trimestral. Yépez produz ensaios sobre Charles Bukowski e Tristan Tzara, ataca a "canonização" de Octavio Paz e leva sua poesia para as ruas na forma de grafites.
Embora tratando principalmente de poesia, a revista abre espaço para a prosa e outras artes, como a dos quadrinhos e da fotografia. Os editores pretendem manter a publicação de "miniantologias" de pessoas pouco conhecidas, como a de Neuza Pinheiro que está no número inicial, e "minidossiês" como o de Yépez e o de Mário Bortolotto, programado para o próximo número.
Idéia antiga, "Coyote" só conseguiu ser efetivada por meio do projeto de lei de incentivo da Prefeitura de Londrina, onde estão radicados Losnak e Lopes.


COYOTE. Edição: Ademir Assunção, Marcos Losnak e Rodrigo Garcia Lopes. Distribuição: ed. Iluminuras. Quanto: R$ 10 (40 págs.). E-mail: revistacoyote@uol.com.br.



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