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Globo reedita antigas atrações para o formato DVD
CLÁUDIA CROITOR
FREE-LANCE PARA A FOLHA, DO RIO
Foi-se o tempo em que ficar torcendo por uma reprise nos meses
de férias da programação ou por
uma não tão frequente boa escolha para o "Vale a Pena Ver de
Novo" era a única chance de rever
programas bacanas na TV aberta.
Pelo menos para os telespectadores da Globo. Até o final do
ano, a emissora põe no mercado
pelo menos 14 DVDs com atrações que vão do saudoso "TV Pirata", com lançamento previsto
para outubro, à ainda fresca "A
Casa das Sete Mulheres", passando por uma edição comemorativa
dos 30 anos do "Fantástico", com
cinco discos com "momentos
memoráveis" do programa ao
longo das três décadas de vida.
A experiência da emissora com
esses produtos teve início no fim
de 2001, com o lançamento em
DVD do seriado "Os Normais",
que até hoje é o líder em vendas
entre os títulos da Globo. Depois
dele, ganharam suas versões
"Casseta & Planeta", "A Grande
Família" e várias minisséries.
O aumento do mercado fez com
que a Globo passasse a produzir
programas e séries já pensando
em futuros lançamentos no formato. A primeira experiência do
tipo foi feita em "Presença de Anita", exibido em 2001. Desde o início, um cameraman acompanhou
as gravações para a produção de
making of -acrescentado às entrevistas de sempre com diretores
e atores nos extras do DVD.
"Nas séries mais antigas lançadas em disco, era preciso ir atrás
de arquivos da emissora para recuperar cenas que não foram ao
ar, bastidores etc.", diz José Luis
Bartolo, diretor da Globo Marcas,
braço da Globo responsável pelo
lançamento dos DVDs.
Em "Dona Flor e Seus Dois Maridos", por exemplo, produzida
em 1998 e recém-lançada em
DVD, um álbum de retratos,
montado com fotos do arquivo
pessoal do diretor, Mauro Mendonça Filho, é que ajuda a contar
a história da produção da obra.
Além do esforço para compor
os extras, cada programa ou série
sofre ainda adaptações às vezes
profundas para se adequar ao novo formato. Se nas reprises de
"Vale a Pena Ver de Novo" o telespectador já se depara com novelas cortadas e reeditadas, para o
comprador do DVD a mudança é
muito maior, especialmente no
caso das minisséries.
Além de serem reduzidas -é
pouco viável lançar um DVD com
todos os 49 capítulos de "A Muralha", por exemplo-, algumas séries ganham até "nova versão".
"Em uma série que fica por alguns meses no ar, é preciso recontar a história muitas vezes, para
que o telespectador não se perca.
Já a maneira como a minissérie é
vista por alguém no DVD é completamente diferente da de quem
viu pela TV", afirma Bartolo.
Assim, há uma adaptação e uma
reedição feitas geralmente em
conjunto por diretor e autor. É o
que deve ocorrer com a minissérie "Os Maias", que vai virar DVD
ainda neste ano. A série é uma exceção entre os títulos que ganharam versão em disco, já que, apesar de ter sido uma das produções
mais requintadas da Globo, teve
audiência desastrosa.
Luiz Fernando Carvalho, que
dirigiu a série baseada no livro homônimo de Eça de Queiroz, está
fazendo o que chama de "a versão
do diretor". Além de reduzir, a
nova edição retira as tramas paralelas da série baseadas em outros
livros do escritor, que foram
acrescentadas ao roteiro pela autora Maria Adelaide Amaral.
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