São Paulo, quinta-feira, 22 de julho de 2004

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DANÇA

Coreografia "Bossa" foi apresentada na Europa

Balé da Cidade de São Paulo leva hits da MPB ao Teatro Municipal

KATIA CALSAVARA
DA REDAÇÃO

Sabe aquela sensação de "stand by"? Melhor, aquele estado de espera na ante-sala do dentista? Criar esse clima é a idéia de Henrique Rodovalho, coreógrafo do grupo goiano Quasar, que faz sua segunda obra para o elenco do Balé da Cidade de São Paulo.
O balé "Bossa", como se pode imaginar, é embalado por hits da MPB. Foi encomendado especialmente para a última turnê internacional da companhia, que começou na Áustria e terminou na Alemanha, na semana passada.
Antes da viagem de "Bossa", poucos brasileiros viram a obra por aqui, em única apresentação no Teatro Alfa. De volta à casa, o bailado estará em curta temporada, que começa hoje, no Teatro Municipal.
Na coreografia, o elenco incorporou o gestual iniciado nas improvisações usadas por Rodovalho como ponto de partida para a criação.
Quem estiver na platéia pode achar estranho o fato de as caixas acústicas não vibrarem como sempre. Claro, é ou não é uma sala de espera? Logo, o clima é de música ambiente mesmo, com som quase baixinho. Fazem parte do cenário, imagens projetadas com pessoas que "esperam" em diferentes locais. Abre a cortina, outro cenário vivo. No estado de espera, há quem bisbilhote, mastigue a boca, leia, pense, enfim.
Rodovalho, que já tinha a idéia de trabalhar com músicas brasileiras, diz querer sugerir aos espectadores uma nova forma de visualizar um espetáculo. "É como se você estivesse ouvindo música dentro do carro", conta o coreógrafo, que, juntamente com o elenco, criou a movimentação de forma independente da música.
"Mesmo sem querer, acabou sendo um dos balés mais românticos que já fiz, mostra diferentes tipos de relacionamentos", conta.
Para quem gosta de MPB, boa oportunidade para ouvir e ver.


BOSSA. Curta temporada de nova coreografia de Henrique Rodovalho para o BCSP. Quando: de hoje a sábado, às 18h, e domingo, às 16h, no teatro Municipal (pça. Ramos de Azevedo, s/nš, região central, tel. 222-8698). Quanto: de R$ 10 a R$ 15.


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