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SALZBURGO
As apresentações das orquestras agradam ao público, mas óperas causam polêmica; evento termina dia 31
Festival é marcado por grandes concertos
RAQUEL KRITSCH
especial para a Folha
Grandes concertos marcaram as
duas primeiras semanas do 19º
Festival de Salzburgo, que termina
no próximo dia 31.
A "Sinfonia nº 9", de Mahler,
dirigida por Bernard Haitink,
acompanhado da Filarmônica de
Viena e o "Concerto para Piano nº
4", de Beethoven, interpretado
pelo pianista norueguês Leif Ove
Andsnes, acompanhado pela Orquestra Filarmônica de Oslo, foram algumas delas.
A première da ópera moderna
"Wozzeck", de Alban Berg, com
direção de Peter Stein, e regida por
Claudio Abbado, acompanhado
do coro da Ópera Estatal e da Filarmônica de Viena resultou numa
síntese de estrutura dramática e
musical.
Participam do elenco Albert
Dohmen, no papel de "Wozzeck", Frode Olsen (Doutor) e Jon
Villars (Tamboumajor).
Já não se pode dizer o mesmo de
"Pelléas et Mélisande", ópera de
Debussy, dirigida pelo maestro
Sylvain Cambreling, com a Orquestra Filarmônica de Londres.
Embora tenha contado com um
bom elenco musical, como Dawn
Upshaw (Mélisande) e Robert
Lloyd (Arkel), a encenação de Robert Wilson não convenceu: houve
exagero na simbologia e oposições
simplificadoras.
Além disso, Wilson carregou na
estética minimalista que, aliada ao
ritmo lento da encenação, provocou cansaço no espectador.
A série de concertos-solo, para
compensar, ofereceu duas atrações de rara qualidade: a soprano
Jessye Norman, interpretando peças de Schumann, Brahms e Poulenc e o violinista Maxim Vengerov, tocando Massenet, Beethoven, Mozart e Tschaikovski.
Outro ponto alto do festival foi o
concerto do menino prodígio italiano Gianluca Cascioli, já considerado o sucessor do pianista
Maurizio Pollini.
Acompanhado da Orquestra do
Mozarteum de Salzburgo, ele pôde
mostrar o quanto domina o teclado. Também os ciclos de música
contemporânea "Zeitfluss" e
"Next Geration" apresentaram
boas composições de Galina Ustvolskaya, John Cage e obras inéditas de Kartheinz Essl.
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