São Paulo, sexta-feira, 22 de setembro de 2006

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CDs

World music/eletrônica
Six Degrees Travels
   
VÁRIOS
Gravadora:
Ginga P. Quanto: R$ 56, cada um
A Ginga P. lança no Brasil a coleção de quatro álbuns compilados pelo selo Six Degrees. Os discos são divididos em ritmos africanos, latinos, árabes e asiáticos, e trazem faixas produzidas por artistas conhecidos, como o projeto alemão Señor Coconut, os franceses do St. Germain e o produtor iugoslavo Suba mixando os latinos; a dupla de house americana Masters at Work no volume de música africana; e o DJ americano Karsh Kale numa onda árabe. A maioria, no entanto, é de nomes pouco falados por aqui, como Les Go, Shankar, Dziahan & Kamien e Arabic Breakbeats, entre outros.
POR QUE OUVIR: compilações de world music / eletrônica podem ser uma roubada, mas essa, além de bem produzida, tem faixas interessantes e bons artistas. Os pontos de venda estão no site www.gingap.com.br. (ADRIANA FERREIRA SILVA)

Rock
R ao Contrário
   
PLEBE RUDE
Gravadora:
Outracoisa Quanto: R$ 14,90 (encartado com a revista)
O disco de inéditas que celebra o retorno "pra valer" da banda de Brasília após mais de uma década traz como novo membro outro ícone punk dos anos 80, Clemente (Inocentes), na guitarra e vocais. Agora na condição de supergrupo, a Plebe Rude mantém discurso politizado, mas bem ao caráter dos dias atuais. Ou seja, não se trata mais da angústia da abertura política, mas sim da alienação e falta de perspectiva. É, assim, disco sobre desilusão da juventude, e a faixa "Voto em Branco" ("Seja alguém, vote em ninguém") explicita o estado de ânimos neste ano de eleições. Em alguns momentos, como a faixa-título, soam quase caricaturais, mas isso não compromete.
POR QUE OUVIR: porque no eterno retorno dos anos 80, há poucos grupos como o Plebe Rude que mantém uma produção relevante para os dias atuais e digna de seu passado. (BRUNO YUTAKA SAITO)

MPB
Compasso
  
ANGELA RO RO
Gravadora:
Indie Quanto: R$ 33, em média
Nada na vida é de graça. A feliz transformação de Angela Ro Ro em uma pessoa sadia parece ter enfraquecido suas composições. Seu primeiro disco de faixas inéditas em seis anos -em que predominam parcerias com o tecladista e arranjador Ricardo Mac Cord- tem letras e melodias que não lembram o vigor dos blues e baladas de outrora. A compreensível comunhão de Ro Ro com a vida acaba sendo traduzida em músicas superficiais. Entretanto, existem bons momentos na fossa planetária de "Nossos Enganos", na fossa a dois de "Chance de Amar", no humor de "Bater Não Dói!" ("...dói mesmo é apanhar!") e na autobiografia de "Compasso" ("Vou carregar de tudo vida afora/ Marcas de amor, de luto e espora").
POR QUE OUVIR: Ro Ro está viva, cantando bem e compondo. Não é pouco. (LFV)

Pop
Chasing Time: The Bedlam Sessions (DVD)
 
JAMES BLUNT
Gravadora:
Warner Quanto: R$ 40, em média
A diferente voz de James Blunt, meio anasalada, porém límpida, poderia ser mais apreciável se suas canções não fossem tão pouco elaboradas -Macy Gray deu seu jeito em situação parecida. Ao seguir o caminho da fragilidade indie de gente como Elliot Smith e Damien Rice, com melodias simplórias, como a do hit insuportável "You're Beautiful", só consegue incomodar. Com a bela "Tears and Rain", essa sim uma grande canção de Blunt, e a manjadíssima "Where Is My Mind?", sucesso dos Pixies, o ouvinte tem uma folga, mas o resto soa irritante como colher raspando panela. Além disso, a platéia não ajuda.
POR QUE VER: Se você acha "You're Beautiful" o momento sensível do ano, corre o risco de querer ver o (bom) documentário sobre a história do ex-tenente do Exército britânico. (MÁRVIO DOS ANJOS)


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