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Em cuecas infantis, Rosana Palazyan bordou uma trágica história

CELSO FIORAVANTE
da Reportagem Local

A arte latino-americana existe e é forte o bastante para viabilizar uma bienal extensa como a do Mercosul, que reúne até 30 de novembro obras de 275 artistas de sete países (Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Paraguai, Uruguai e Venezuela). Disso ninguém tem dúvidas. Resta, porém, saber se algo além de óbvios critérios geopolíticos une essas obras e artistas.
O curador Frederico Morais até defende uma "identidade na diversidade" ("Não queremos homogeneizar a arte latino-americana, mas acentuar as diferenças, a pluralidade de proposições", disse à Folha), mas deixa clara sua queda por uma arte de perfis construtivos como o fio que vai costurar boa parte da produção local.
"Sempre defendi o que chamo vocação construtiva da arte latino-americana, que partiu de matrizes européias, seja o construtismo suíço, o neoplasticismo holandês, o suprematismo russo, mas que passou aqui por um processo de transformação. E nesse sentido o trabalho de Torres-Garcia foi importante. A arte construtiva encontrou caminhos próprios e foi renovada por aqui", disse.
O segmento e suas variações estão representados na Vertente Construtiva, que se apresenta como a mais coesa conceitualmente. Reúne obras de Franz Weissmann, Carlos Cruz-Diez, Hélio Oiticica, Magdalena Fernández, Waldemar Cordeiro e outros.
Além das mostras, a bienal viabilizará ainda a publicação de um número especial da revista "Continente Sul Sur", com textos históricos sobre arte latino-americana, como "Que Es el Arte Constructivo" (1934), de Torres-Garcia; "Manifiesto Blanco" (1946), de Lucio Fontana; e "Grupo Frente" (1955), de Mário Pedrosa.

Evento: 1ª Bienal do Mercosul Quando: de terça a domingo, das 10h às 20h. Até 30 de novembro Onde: 12 locais em Porto Alegre (RS) Quanto: ingressos a R$ 2 ou R$ 10 (cartela com dez ingressos) Informações: tel. 051/228-4074


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