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Jovens artistas se destacam no evento
da Reportagem Local
A arte contemporânea dos anos
90 também tem seu lugar, na seção
Último Lustro, que apresenta trabalhos pontuais de jovens talentos.
O nome é antigo ("último lustro" é um termo em desuso que se
refere aos últimos tratos que o artista dá à obra), mas a produção é
jovial e instigante.
O argentino Fabio Kacero cria
objetos de parede cujas formas
lembram couros de boi. A remissão ao universo agrário, porém,
termina aí. Kacero dá aos trabalhos característica high-tech ao revesti-los com plástico prateado e
ilustrá-los com desenhos automáticos. Botões dão às obras características inutilitárias.
A série "Tan Lejos e Tan Cerca",
do uruguaio Martin Verges Rilla,
brinca com noções de percepção
do corpo e com questões sobre a
observação da obra de arte a partir
de ícones da história da arte (apresentados como cadáveres em dissecação) e de ilusão de ótica.
O artista gaúcho Felix Bressan se
destaca com uma boa seleção de
novos corpos criados a partir de
apropriações dadaístas de resíduos da metrópole.
Lia Menna Barreto, também
gaúcha, remete a uma arqueologia
da memória da infância ao dispor
cadeiras infantis queimadas em
círculo, que lembra espaços de ancestral celebração ritualística e de
brincadeiras de roda.
A carioca Rosana Palazyan, que
criou uma trágica história em quadrinhos com bordados em 15 cuecas infantis, mostra uma via-crúcis minimalista que aborda temas
como meninos de rua, marginalidade, abuso sexual, criminalidade
e morte.
A produção paraguaia, porém,
deixa a desejar, ao apresentar trabalhos muito preocupados com
questões locais, como terra, índios
e ecologia.
(CF)
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