São Paulo, sexta-feira, 22 de novembro de 2002

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Herói gosta de punk e de futebol

ENVIADO ESPECIAL A CHICAGO

Ele gosta de Sex Pistols e Dead Kennedys, torce para o Arsenal e está com a voz cada vez mais grossa. E é protagonista de um filme para crianças e adolescentes que é um fenômeno que rendeu US$ 87,7 milhões nos Estados Unidos no fim de semana passado, a terceira maior estréia da história.
Conheça Daniel Radcliffe, 13, a encarnação cada vez mais adolescente de Harry Potter, o herói da série de livros que vem sendo adaptada para o cinema e cujo segundo capítulo estréia hoje no Brasil. O britânico recebeu a Folha num hotel de Chicago, em que passou o dia inteiro dando entrevistas com os amigos Emma Watson (a Hermione) e Rupert Grint (o ruivo Ron).
"Quando não estou filmando ou dando entrevistas, que juntos ocupam 90% de meu tempo, gosto de ouvir punk rock", diz ele. "Mas o autêntico, Sex Pistols, Dead Kennedys, Clash". De todas as personalidades que conheceu desde a fama, a que mais gostou foi John Lydon, ex-Johnny Rotten, dos Pistols. "Mas as drogas consumiram quase todos os neurônios dele", ri.
Das que gostaria de conhecer, está o jogador brasileiro Ronaldo. Sim, como todo bom britânico, Radcliffe também é fã de futebol. "Aliás, a única coisa que sei do Brasil é que vocês jogaram melhor do que nós e ganharam a última Copa do Mundo", diz ele.
"Harry Potter e a Câmara Secreta" é mais fiel ao segundo livro do que o primeiro filme era ao primeiro -por isso mesmo, é melhor e tem uma atmosfera mais sombria que deve agradar mais a adolescentes do que a crianças.
A fidelidade ao livro, aliás, o livra da crítica mais frequente que Radcliffe vem recebendo, segundo o próprio. "Tem muita gente dizendo que eu estou crescendo rápido demais, engrossando a voz, e que por isso logo logo vou ter de deixar o personagem", começa ele. "Mas o Harry também cresce de um livro para o outro."
O ator está comprometido apenas com o próximo filme, "Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban", que promete ser o mais controvertido da cinessérie. Quem o dirige é o mexicano Alfonso Cuarón, autor do ótimo "E Sua Mãe Também", que deve dar uma roupagem ainda menos infantil ao terceiro episódio.
Radcliffe não sabe se assinará para fazer os filmes restantes. "Só sei que pretendo continuar no cinema", afirma. "Quando virar adulto, no entanto, me vejo mais como um roteirista ou um diretor do que como um ator."
(SÉRGIO DÁVILA)


O jornalista Sérgio Dávila viajou a Chicago a convite da Warner

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