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crítica
Documentários são alternativa ao jornalismo
CÁSSIO STARLING CARLOS
CRÍTICO DA FOLHA
A reunião, num mesmo
programa, de "Um
Táxi para a Escuridão" e "Novo Século Americano" confirma a posição de
destaque do documentário
como principal campo de representação da política no cinema contemporâneo.
Ambos são filmes de denúncia de abusos e, ao lançarem dúvidas sobre as versões
oficiais, oferecem uma alternativa ao jornalismo na apresentação de fatos e na representação da história.
O trabalho do diretor Alex
Gibney, no entanto, é muito
mais consistente que o alcançado por Massimo Mazzucco em "Novo Século...".
Construído a partir de entrevistas com envolvidos em
um caso de tortura e morte
na prisão de Bagram, "Um
Táxi..." tira vantagem das filmagens diretas nos locais,
além de mostrar provas materiais, o que reforça a autenticidade de sua denúncia.
Já "Novo Século..." é uma
colagem de vídeos de segunda mão e transmite, desde a
baixa qualidade das imagens,
a impressão de precariedade
que contamina seu discurso.
A pretensão de dizer uma
"verdade" nunca dita aproxima em demasia o longa de
Mazzucco dos "documentários" que infestaram a internet veiculando versões alternativas do 11 de Setembro,
muitas marcadas por teorias
da conspiração e um efeito
recorrente de maluquice.
Nesta batalha de interpretações, melhor seria programar em salas o essencial
"Guerra sem Cortes", com
que Brian de Palma demonstra que as imagens, sobretudo as das guerras, não devem
ser vistas a olho nu.
UM TÁXI PARA A ESCURIDÃO
Produção: EUA, 2007
Direção: Alex Gibney
Onde: estreia hoje no cine Frei Caneca Unibanco Arteplex (16h e 20h)
e, na quarta, no MIS (20h
)
Classificação: não indicado a menores de 14 anos
Avaliação: bom
O NOVO SÉCULO AMERICANO
Produção: Itália/EUA, 2007
Direção: Massimo Mazzucco
Onde: estreia hoje nos cines Frei
Caneca Unibanco Arteplex (14h,
18h e 22h) e MIS (20h)
Classificação: não indicado a menores de 12 anos
Avaliação: ruim
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