|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Brasil define nomes para Veneza
Ivo Mesquita escolhe o fotógrafo Luiz Braga e o pintor Delson Uchôa para representar país na Bienal
Folha apura que decisão do curador não agradou a conselheiros da Fundação Bienal, como Jens Olesen, que indicou Regina Silveira
FABIO CYPRIANO
DA REPORTAGEM LOCAL
Dois artistas de fora do eixo
Rio-São Paulo foram os escolhidos pelo curador Ivo Mesquita para representar o Brasil
na Bienal de Veneza, programada para ser aberta ao público
no dia 7 de junho: o fotógrafo
paraense Luiz Braga e o pintor
alagoano Delson Uchôa. Mesquita, curador da polêmica 28ª
Bienal de São Paulo, encerrada
em dezembro, confirmou, ontem, à Folha, sua seleção.
A galeria Oeste, que representava Braga, fechou as portas
no mês passado. "Estamos brilhando na razão inversa do
mercado", comentou ele, por
telefone, do Rio de Janeiro. Já
Uchôa é representado pela antiga Brito Cimino, que passa a
se chamar Luciana Brito.
Presença no circuito
Ambos são da mesma geração, nascidos em 1956, e são artistas com presença no circuito
institucional.
Uchôa participou da histórica mostra "Como Vai Você, Geração 80?", realizada em 1984,
no Parque Lage, no Rio, e mais
recentemente da 24ª Bienal de
São Paulo, com curadoria de
Paulo Herkenhoff, em 1998, e
do 30º Panorama da Arte Brasileira do Museu de Arte Moderna, em 2007, organizada por
Moacir dos Anjos.
Típico representante da Geração 80, Uchôa cria suas pinturas sobre suportes distintos
como fotos e tecidos plásticos, a
exemplo de "Entre o Céu e a
Terra", trabalho que exibiu em
"Contraditório", o Panorama
de 2007, também visto em Madri, no ano passado.
Já Braga, apesar de nunca ter
participado de uma Bienal de
São Paulo, teve várias exposições em instituições nacionais
como o Museu de Arte de São
Paulo, onde também faz parte
da coleção Masp-Pirelli, e o
Museu de Arte Moderna de São
Paulo, além de outras no exterior, como na Photographer's
Gallery, de Londres.
"Sou meio "off" por trabalhar
e morar em Belém, mas é minha escolha. Meu trabalho não
está pautado pelo mercado,
sempre fui fiel ao que chamo de
território interior do olhar,
muito mais influenciado pelas
artes plásticas do que pela fotografia", conta Braga.
As imagens que serão vistas
em Veneza ainda não foram selecionadas pelo curador. "O Ivo
me disse que vai para Belém no
próximo mês, mas a gente já sabe por quais caminhos vamos
trilhar, que são a cor e a luz, os
mais marcantes do meu trabalho", diz o paraense.
Em abril, o fotógrafo participa da primeira mostra organizada por conta do Ano da França no Brasil, na Pinacoteca do
Estado.Lá, ele irá exibir 25 imagens inéditas, ao lado de fotógrafos franceses como Pierre
Verger e Marcel Gautherot.
Segundo a Folha apurou, a
decisão de Mesquita não agradou a alguns conselheiros da
Fundação Bienal, como Jens
Olesen, que havia indicado a
artista Regina Silveira, também da Luciana Brito, para representar o país na mostra de
Veneza.
Foi a segunda vez que Mesquita indicou artistas para o
pavilhão brasileiro: há dez
anos, sua dupla foi composta
por Iran do Espírito Santo e
Nelson Leirner.
Texto Anterior: Para o diretor do Glastonbury Festival, cachê mais baixo é o segredo do sucesso Próximo Texto: Taís Araújo vira jornalista na posse de Obama Índice
|