São Paulo, sábado, 23 de janeiro de 1999 |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice TRECHOS "Sem dúvida, se é possível alguma generalização (...) sobre a relação entre domínio de classe e liberdade sexual, é a de que os dominadores consideram conveniente estimular a permissividade ou a lassidão sexuais entre seus súditos, nem que seja apenas para conservar seu pensamento afastado do estado de sujeição em que se encontram." "Não basta dizer, como Collier, que "quando o jazz se confunde com a arte, sai a paixão e entra a pretensão". O jazz é importante não por ser apaixonado e despretensioso (...). Não é que, à diferença da arte de que Collier desgosta, "milhões de pessoas gostam dela". É, e sempre será, uma arte de minoria, mesmo pelos padrões da música clássica e da literatura séria, sem falar no verdadeiro público de milhões. Certamente não é uma arte de massa nos EUA, onde os clubes de jazz nova-iorquinos (...) contam com o turismo e também com o público local de jazz. O jazz é importante na história das artes modernas porque desenvolveu uma maneira alternativa de criar arte em relação à vanguarda da alta cultura, cuja exaustão legou muitas artes convencionais e "sérias' a programas optativos no ensino das universidades, assim como a filantropia. É por isso que se deve deplorar a tendência do jazz a se tornar uma outra vanguarda." Trechos de "Pessoas Extraordinárias - Resistência, Rebelião e Jazz", de Eric Hobsbawn Texto Anterior | Próximo Texto | Índice |
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