São Paulo, sexta-feira, 23 de março de 2001

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RUSSELL CROWE

Gladiador luta na arena do Oscar pela terceira vez

ESPECIAL PARA A FOLHA

Não é à toa que o personagem do grande general romano Maximus caiu como uma luva nas mãos de Russell Crowe: ambos possuem personalidades fortes, carisma suficiente para reunir legiões de fãs por onde passam e uma aversão declarada à derrota.
"Esta temporada de prêmios fica um pouco chata, especialmente quando você é obrigado a colocar um "black tie" sabendo que sairá derrotado da festa", disse o ator à Folha, em entrevista na véspera da cerimônia do Oscar passado.
Na época, Russell Crowe concorria ao troféu de melhor ator por "O Informante". Dias depois, provaria o gosto amargo da derrota para Kevin Spacey, de "Beleza Americana", tal como acontecera antes, com a indicação por "Los Angeles - Cidade Proibida".
Este ano, mais uma vez lembrado pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, o ator neozelandês enfrenta outro grande favorito: Tom Hanks.
Como a Academia gosta de grandes momentos em suas cerimônias anuais, o sonho de Crowe de levar o Oscar para casa pode ir de novo por água abaixo, caso Hanks faça história levando um terceiro Oscar, fato inédito para um ator em Hollywood.
Mas falar de derrotas não é o forte de Russell Crowe. Durante a entrevista, os poucos momentos em que o ator foi simpático foram aqueles em que falou sobre a época de estudante e "Gladiador".
"História foi na verdade a única matéria em que eu tirava boas notas", lembrou. "Na Roma Antiga, havia espetacular conscientização social e política, houve invenções incríveis, mas, em contrapartida, a brutalidade nos eventos esportivos era fenomenal."
"Trabalhar com Ridley Scott no ano 185 a.C. era tudo o que eu precisava para aceitar o convite que ele me fez", brincou Crowe.
Para se preparar para o papel de Maximus, Russell Crowe perdeu 23 quilos acumulados para fazer "O Informante". "Entrei numa dieta, mas depois de meu encontro com Ridley Scott, em Londres, ele mandou uma mensagem pedindo para eu parar de emagrecer, já que, segundo ele, um pouco gordo ficava mais charmoso."
Para preparar o personagem que lhe renderia outra indicação, Crowe também passou por aulas práticas de luta de espada.
"Eu já havia praticado um pouco de esgrima antes. Mas tive a ajuda de um mestre em espadas que foi ao meu encontro na Austrália, onde passou algumas semanas me ensinando a técnica."
"Procurei treinar com as duas mãos porque, se a espada era a arma principal de meu personagem e eu teria que usá-la o tempo todo, era imprescindível que eu a usasse bem. Que eu tivesse o total controle sobre ela", conclui.
(CLAUDIO CASTILHO)


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