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RUSSELL CROWE
Gladiador luta na arena do Oscar pela terceira vez
ESPECIAL PARA A FOLHA
Não é à toa que o personagem
do grande general romano Maximus caiu como uma luva nas
mãos de Russell Crowe: ambos
possuem personalidades fortes,
carisma suficiente para reunir legiões de fãs por onde passam e
uma aversão declarada à derrota.
"Esta temporada de prêmios fica um pouco chata, especialmente quando você é obrigado a colocar um "black tie" sabendo que sairá derrotado da festa", disse o ator
à Folha, em entrevista na véspera
da cerimônia do Oscar passado.
Na época, Russell Crowe concorria ao troféu de melhor ator
por "O Informante". Dias depois,
provaria o gosto amargo da derrota para Kevin Spacey, de "Beleza Americana", tal como acontecera antes, com a indicação por
"Los Angeles - Cidade Proibida".
Este ano, mais uma vez lembrado pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, o ator neozelandês enfrenta outro grande
favorito: Tom Hanks.
Como a Academia gosta de
grandes momentos em suas cerimônias anuais, o sonho de Crowe
de levar o Oscar para casa pode ir
de novo por água abaixo, caso
Hanks faça história levando um
terceiro Oscar, fato inédito para
um ator em Hollywood.
Mas falar de derrotas não é o
forte de Russell Crowe. Durante a
entrevista, os poucos momentos
em que o ator foi simpático foram
aqueles em que falou sobre a época de estudante e "Gladiador".
"História foi na verdade a única
matéria em que eu tirava boas notas", lembrou. "Na Roma Antiga,
havia espetacular conscientização
social e política, houve invenções
incríveis, mas, em contrapartida,
a brutalidade nos eventos esportivos era fenomenal."
"Trabalhar com Ridley Scott no
ano 185 a.C. era tudo o que eu precisava para aceitar o convite que
ele me fez", brincou Crowe.
Para se preparar para o papel de
Maximus, Russell Crowe perdeu
23 quilos acumulados para fazer
"O Informante". "Entrei numa
dieta, mas depois de meu encontro com Ridley Scott, em Londres,
ele mandou uma mensagem pedindo para eu parar de emagrecer, já que, segundo ele, um pouco
gordo ficava mais charmoso."
Para preparar o personagem
que lhe renderia outra indicação,
Crowe também passou por aulas
práticas de luta de espada.
"Eu já havia praticado um pouco de esgrima antes. Mas tive a
ajuda de um mestre em espadas
que foi ao meu encontro na Austrália, onde passou algumas semanas me ensinando a técnica."
"Procurei treinar com as duas
mãos porque, se a espada era a arma principal de meu personagem
e eu teria que usá-la o tempo todo,
era imprescindível que eu a usasse
bem. Que eu tivesse o total controle sobre ela", conclui.
(CLAUDIO CASTILHO)
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