São Paulo, sábado, 23 de março de 2002

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Mostra irrita governo

DE PARIS

Uma exposição em Roma celebra os anos gloriosos da cultura italiana no século 20 e gera reclamações de membros do governo a respeito do esquerdismo de seu catálogo e da pouca presença da história da direita na exibição.
"Roma 1948-1959: Do Neo-realismo à Doce Vida" ocupa o Palácio das Exposições, na Via Nazionale, até o dia 27 de maio. Dividida por períodos, abre com o esforço de reconstrução do país depois da Segunda Guerra.
É quando o cinema e a literatura assumem a vanguarda da cultura no país, formulando um novo realismo, direto, brutal e politicamente atuante, capaz de expressar a vida no pós-fascismo, as sequelas da guerra, a pauperização e os impasses da reedificação econômica e política.
A exposição vai até o boom econômico no fim dos anos 50, época em que a cultura italiana se torna uma referência internacional. A expressão "dolce vita", consagrada pelo filme de Fellini de 1959, serve de emblema ao que se passou. A Itália floresce como um mundo cultural vibrante, no qual convivem Visconti, Moravia, Pasolini, Antonioni, Fellini, Ungaretti. É também dona de um estilo original, marcado pela elegância, a inteligência, a ironia e o "joie de vivre", que atrai artistas e celebridades de todo canto. Está tudo na exposição em Roma, que inclui até lambretas, apresentadas em vários modelos históricos e que ilustravam os filmes do período.
As artes plásticas ganham destaque com a exibição de obras de De Chirico e Alberto Burri. (ALN)



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