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OSCAR
"Sou inimitável', afirma Jack Nicholson
Reuters
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Jack Nicholson, que concorre pela 11ª vez, por "Melhor é Impossível"
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JEANNE WOLF
em Los Angeles
Jack Nicholson já é um ator legendário em seu próprio tempo e
deixou marcas indeléveis em clássicos como "Chinatown".
Agora ele está no topo de uma
nova onda de adulação por sua interpretação deliciosamente excêntrica e indicada para um Oscar como um obsessivo-compulsivo que
se apaixona em "Melhor É Impossível", de James L. Brooks.
Nicholson, que já ganhou um
Globo de Ouro e um prêmio da
Screen Actor's Guild por sua interpretação, se encaminha como favorito para conquistar sua terceira
estatueta -ganhou por "Um Estranho no Ninho" e "Laços de Ternura"-, depois de 11 indicações.
Em "Melhor É Impossível", Nicholson faz o papel de Melvin, um
romancista romântico disfuncional que sofre de uma desordem
obsessivo-compulsiva. Leia a seguir trechos da entrevista do ator.
Pergunta - Havia algo de você
em Melvin?
Jack Nicholson - Um pouquinho. Acredito que haja um pouquinho de Melvin em todos nós.
Pergunta - Por que seu personagem é tão insensível?
Nicholson - Não encontro nada
de particularmente inumano nele.
Assim que você joga um cachorro
lixeira abaixo, como ele faz no começo do filme, espera-se que seja
capaz de qualquer coisa.
Pergunta - No caso de Melvin, assim que nos recuperamos do choque do que ele fez com o cachorro,
não se torna um desafio para você
fazê-lo simpático?
Nicholson - É claro, porque ele
é na verdade uma pessoa complicada. O desafio para mim era fazer
com que vocês compreendessem
alguém que pensa que, se não
trancar a porta, pessoas vão entrar
para roubá-lo e matá-lo.
Pergunta - No fim, trata-se de
uma história sobre emoções humanas muito básicas, não?
Nicholson - Era um tema muito
humano -o de que nos deixamos
aprisionar pelas coisas de que precisamos para nos sentir confortáveis. Acredito que também diga
muito sobre o amor e a dificuldade
de comunicar sentimentos. Trata-se de olhar além do que as pessoas parecem ser, tentar ver o que
realmente são, e o quanto é difícil
para elas se revelar.
Pergunta - Devido à sua reputação legendária, você não acha que
os outros atores podem ficar um
tanto intimidados em trabalhar
com você?
Nicholson - Não foi o caso nesse
filme. Helen Hunt é imensamente
talentosa e ganhou todos os prêmios possíveis na TV este ano. Jim
Brooks entrou para o Hall da Fama
da televisão. Cuba Gooding ganhou um Oscar. Uma coisa que
aprendi nos meus anos no ramo é
aquilo que não se carrega de um
filme para outro: sua reputação. É
preciso começar tudo de novo em
cada novo estúdio de filmagem,
com cada novo personagem.
Pergunta - Greg Kinnear o imita
no filme. Há gente imitando você
em toda a parte. Isso começa a
cansar depois de algum tempo?
Nicholson - Bem, se Greg está
me imitando, me divirto. Em geral
respondo dizendo que "bom, uma
vez mais provei ser o inimitável
Jack Nicholson". Ninguém gosta
de ser retratado. Sou difícil de descrever. As pessoas tentam me imitar. Ninguém consegue.
Pergunta - Seus filmes recentes
foram quase todos trabalhos de
conjunto. Você prefere assim?
Nicholson - Prefiro. Jamais permiti que me transformassem em
sustentáculo único de um filme.
Não quero mais ser o monte Rushmore. Odeio assumir o papel de
veterano ardiloso.
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