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Stanley Donen
recebe prêmio
AMIR LABAKI
em São Paulo
Demorou, mas chegou a hora de
a Academia celebrar a obra de
Stanley Donen. Aos 73 anos, Donen recebe hoje um Oscar honorário. Ele não apenas jamais havia
recebido a estatueta -nunca fora
pessoalmente indicado.
Um filme bastaria para justificar
a premiação: "Cantando na Chuva" (1951), um dos maiores musicais, ou simplesmente filmes, da
história, que Donen co-dirigiu para a Metro com Gene Kelly.
Durante quase dez anos, a dupla
arrebentou. Criaram momentos
como Gene Kelly dançando com o
ratinho Jerry em "Marujos do
Amor". Estrearam juntos na direção com nada menos que "Um Dia
Em Nova York".
Estabeleceu-se o mito de que
Kelly era o artista, e Donen, o
faz-tudo. A ruptura, logo depois
de "Dançando nas Nuvens"
(1955), ajudaria a restabelecer a
verdade. Compare as filmografias
solo de Kelly e Donen. É covardia.
Concentremo-nos em Donen.
Sua filmografia soma 27 títulos.
Longe de Kelly, Donen dirigiu
"Núpcias Reais", fazendo Fred Astaire dançar até no teto. Ainda antes da briga, fez o elaboradíssimo
"Sete Noivas para Sete Irmãos".
Caminhos separados, Donen
provou reiteradamente não ser
homem de uma nota só. Fez "Cinderela em Paris", "Charada",
"Arabesco", "O Diabo É Meu Sócio", "Um Caminho para Dois".
Donen está aposentado desde
1984, quando cometeu em nossas
praias a comédia "Blame it on
Rio". Tomara que esse tardio Oscar o ajude. O cinema era mais alegre na era de Stanley Donen.
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