São Paulo, segunda, 23 de março de 1998

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Stanley Donen recebe prêmio

AMIR LABAKI
em São Paulo

Demorou, mas chegou a hora de a Academia celebrar a obra de Stanley Donen. Aos 73 anos, Donen recebe hoje um Oscar honorário. Ele não apenas jamais havia recebido a estatueta -nunca fora pessoalmente indicado.
Um filme bastaria para justificar a premiação: "Cantando na Chuva" (1951), um dos maiores musicais, ou simplesmente filmes, da história, que Donen co-dirigiu para a Metro com Gene Kelly.
Durante quase dez anos, a dupla arrebentou. Criaram momentos como Gene Kelly dançando com o ratinho Jerry em "Marujos do Amor". Estrearam juntos na direção com nada menos que "Um Dia Em Nova York".
Estabeleceu-se o mito de que Kelly era o artista, e Donen, o faz-tudo. A ruptura, logo depois de "Dançando nas Nuvens" (1955), ajudaria a restabelecer a verdade. Compare as filmografias solo de Kelly e Donen. É covardia.
Concentremo-nos em Donen. Sua filmografia soma 27 títulos. Longe de Kelly, Donen dirigiu "Núpcias Reais", fazendo Fred Astaire dançar até no teto. Ainda antes da briga, fez o elaboradíssimo "Sete Noivas para Sete Irmãos".
Caminhos separados, Donen provou reiteradamente não ser homem de uma nota só. Fez "Cinderela em Paris", "Charada", "Arabesco", "O Diabo É Meu Sócio", "Um Caminho para Dois".
Donen está aposentado desde 1984, quando cometeu em nossas praias a comédia "Blame it on Rio". Tomara que esse tardio Oscar o ajude. O cinema era mais alegre na era de Stanley Donen.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.