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COMENTÁRIO
Público jamais desvendará os mistérios do Oscar
BARBARA GANCIA
Colunista da Folha
Você sabe dizer o que realmente aconteceu naquela final
da Copa da França? Ou se existe
algum tipo de manipulação no
Campeonato Mundial de Fórmula 1?
Pois é, o Oscar também entra
na categoria das coisas que os
comuns mortais são proibidos
de saber ao certo como funcionam.
A própria Fernanda Montenegro afirmou em entrevista à
repórter Glória Maria não ter a
mínima idéia de como as cordinhas são puxadas em Hollywood: "Só estou chegando e
sentindo".
Na qualidade de membro da
Academia de Artes e Ciências
Cinematográficas de Hollywood, que vota os escolhidos
para o Oscar, Hector Babenco
certa vez me mostrou o envelope que recebera selado da Price
Waterhouse, e que a empresa
de auditoria, uma das mais respeitadas do planeta, iria recolher de suas mãos assim que ele
tivesse registrado suas preferências.
Segundo Babenco, não existe
a menor possibilidade de ocorrer algum tipo de tramóia na
contagem dos votos. Mas quem
pode saber a que tipo de lobby
os membros da academia são
expostos?
Lógica
Qual a lógica que coloca uma
obra-prima como "O Resgate
do Soldado Ryan", talvez um
dos melhores filmes de guerra
de todos os tempos, em pé de
igualdade com o chocho "Elizabeth", produção que retrata
de forma adocicada e inexata o
período menos memorável do
longo reinado de Elizabeth 1ª?
Como pode Nossa Senhora
de Montenegro ter competido
com a efêmera Gwyneth Paltrow, mesmo levando-se em
conta que a jovem atriz surpreende pelo vigor de sua Viola
des Lesseps?
Ecoando "Shakespeare Apaixonado", trata-se de "um mistério".
Um mistério que o público
que alimenta a mais influente
indústria dos EUA jamais será
incentivado a desvendar.
Talvez seja melhor assim. Algum Mr. M da vida poderia
acabar nos revelando que Papai Noel, infelizmente, não
existe.
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