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OSCAR
Vice-presidente da Miramax afirma que campanha de "Soldado Ryan" foi mais cara que a de "Shakespeare"
DreamWorks gastou mais, diz Weinstein
MARCELO DIEGO
de Nova York
O vice-presidente da Miramax,
Harvey Weinstein, disse ontem ter
informações de que seu estúdio
gastou menos na campanha para
"Shakespeare Apaixonado" do
que a DreamWorks gastou em "O
Resgate do Soldado Ryan". O mercado publicitário diz que a Miramax despendeu US$ 15 milhões
para divulgar o vencedor do Oscar.
"Ryan" teria gasto cerca de US$ 5
milhões. "Central do Brasil", da
Sony Classics, US$ 250 mil.
Mas não é o que diz Weinstein.
"A coisa mais incrível é que "Ryan"
gastou mais dinheiro do que nós.
Warren Beatty disse que conversou com Jeffrey Katzenberg (executivo da DreamWorks) e ambos
confirmaram a informação para
mim", afirmou, em coletiva.
Weinstein disse que chegou a se
perguntar se "havia ultrapassado
algum limite" com a campanha
publicitária dos estúdios. Mas,
afirmou ele, "é algo que todo mundo faz. As pessoas não deveriam ficar surpresas ao querermos promover nosso filme".
O escritório da Miramax em Nova York não quis confirmar os valores gastos pelo estúdio em publicidade de "Shakespeare" e "A Vida
É Bela", mas divulgou comunicado
reafirmando que nunca exerceu
pressão indevida aos membros da
Academia.
A Miramax Pictures foi criada
em 1979, pelos irmãos Robert
(Bob), 44, e Harvey Weinstein, 46.
O projeto era criar um estúdio capaz de estimular a produção e garantir a exibição de filmes independentes. No início, eles funcionavam como uma distribuidora de
filmes, principalmente europeus.
No meio dos anos 80, no entanto, o
setor independente sofreu com os
efeitos da recessão norte-americana. Os irmãos foram forçados a
produzir para não fechar.
No início dos anos 90, os filmes
independentes começaram a voltar a fazer sucesso. Na época, a Miramax já era uma das mais bem-sucedidas empresas no setor, graças a três grandes sucessos: "Cinema Paradiso", "Meu Pé Esquerdo"
e "sexo, mentiras e videoteipe".
De olho no filão, e com o bom desempenho da pequena companhia, os estúdios Disney compraram a Miramax por US$ 75 milhões, em 1993. O estúdio, no entanto, continuou com sua missão
de trabalhar com produtos alternativos -tanto que lançou filmes
polêmicos, como "Kids".
Logo no ano seguinte, a Miramax
saboreou seu primeiro megasucesso. "Pulp Fiction", que havia custado US$ 8 milhões, faturou US$ 200
milhões em todo o mundo.
Após "Pulp Fiction", a Miramax
teve uma sequência de trabalhos
bem-sucedidos comercialmente,
como "O Corvo" e "Pânico".
Mas o estúdio começou a se especializar a disputar, e ganhar, Oscar.
Em 1996, conseguiu posicionar o
italiano "O Carteiro e o Poeta" como concorrente a melhor filme do
ano. Seu protagonista, Massimo
Troisi, concorreu a melhor ator. A
produção ganhou uma estatueta.
A Miramax aceitou gastar US$ 60
milhões para produzir e divulgar
"O Paciente Inglês", vencedor de
nove Oscar em 1997. No ano passado, "Gênio Indomável", uma produção dispensada por outros estúdios, rendeu a Robin Williams e à
dupla de roteiristas Matt Damon e
Ben Affleck estatuetas.
Desde 1996, a Miramax sempre
tem sido o estúdio com maior número de indicações. No ano passado, apesar de "Titanic" ter sido o
vencedor, com 11 prêmios, Miramax foi o estúdio com mais indicações (16). Neste ano, a agressividade no marketing fez do estúdio o
mais bem-sucedido no Oscar, ganhando 10 das 24 estatuetas -sete
por "Shakespeare Apaixonado".
Em 98, a Miramax, com cerca de
300 funcionários, faturou perto de
US$ 1 bilhão. Seu valor de mercado
é cerca de quatro vezes o valor.
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