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"SEM NOTÍCIAS DE DEUS"
Comédia espanhola anarquiza relações entre o Céu e o Inferno
SYLVIA COLOMBO
EDITORA DO FOLHATEEN
Deus está quieto. Pudera,
quem está à frente dos negócios do Céu é uma desbotada
Fanny Ardant, enquanto o Inferno ferve nas mãos do ator-sensação mexicano Gael García Bernal.
Ambos lutam para se apoderar da
alma de um boxeador de passado
duvidoso.
Não é preciso dizer muito mais
para explicar que "Sem Notícias
de Deus" é um filme muito, mas
muito esquisito...
Na comédia de Agustín Díaz
Yanes (do bom "Nadie Hablará
de Nosotras Cuando Hayamos
Muerto"), o Céu está vazio, e seus
agentes não conseguem mais salvar as almas humanas das tentações terrenas. No Inferno, entretanto, o movimento só aumenta, e
longas filas se formam na entrada.
O Céu joga então suas últimas
fichas na tentativa de resgatar a alma do boxeador Manny (Damián
Bichir). Para isso, envia à Terra a
agente Lola (Victoria Abril). Ela
enfrentará a agente do Inferno,
Carmen (Penélope Cruz), enviada
para impedir o triunfo do Céu.
Apesar das excelentes atuações
da dupla de atrizes almodovarianas e da originalidade do argumento, o filme não decola. Falta
humor e, numa tentativa de dar
credibilidade a uma história tão
fantasiosa, o roteiro se perde em
longos diálogos, na maioria das
vezes pesados e sem consistência.
Poucos momentos valem o bilhete: Victoria Abril cantando
música brasileira, Penélope Cruz
lutando boxe e o talentoso Gael,
aqui fazendo um rápido estágio
como Diabo pouco antes de encarnar Che Guevara...
Sem Notícias de Deus
Sin Noticias de Dios
Direção: Agustín Díaz Yanes
Produção: França/Itália/Espanha/
México, 2001
Com: Victoria Abril, Penélope Cruz,
Fanny Ardant, Gael García Bernal
Quando: a partir de hoje no Cinearte
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