São Paulo, sexta-feira, 23 de abril de 2004

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"SEM NOTÍCIAS DE DEUS"

Comédia espanhola anarquiza relações entre o Céu e o Inferno

SYLVIA COLOMBO
EDITORA DO FOLHATEEN

Deus está quieto. Pudera, quem está à frente dos negócios do Céu é uma desbotada Fanny Ardant, enquanto o Inferno ferve nas mãos do ator-sensação mexicano Gael García Bernal. Ambos lutam para se apoderar da alma de um boxeador de passado duvidoso.
Não é preciso dizer muito mais para explicar que "Sem Notícias de Deus" é um filme muito, mas muito esquisito...
Na comédia de Agustín Díaz Yanes (do bom "Nadie Hablará de Nosotras Cuando Hayamos Muerto"), o Céu está vazio, e seus agentes não conseguem mais salvar as almas humanas das tentações terrenas. No Inferno, entretanto, o movimento só aumenta, e longas filas se formam na entrada.
O Céu joga então suas últimas fichas na tentativa de resgatar a alma do boxeador Manny (Damián Bichir). Para isso, envia à Terra a agente Lola (Victoria Abril). Ela enfrentará a agente do Inferno, Carmen (Penélope Cruz), enviada para impedir o triunfo do Céu.
Apesar das excelentes atuações da dupla de atrizes almodovarianas e da originalidade do argumento, o filme não decola. Falta humor e, numa tentativa de dar credibilidade a uma história tão fantasiosa, o roteiro se perde em longos diálogos, na maioria das vezes pesados e sem consistência.
Poucos momentos valem o bilhete: Victoria Abril cantando música brasileira, Penélope Cruz lutando boxe e o talentoso Gael, aqui fazendo um rápido estágio como Diabo pouco antes de encarnar Che Guevara...


Sem Notícias de Deus
Sin Noticias de Dios

  
Direção: Agustín Díaz Yanes
Produção: França/Itália/Espanha/ México, 2001
Com: Victoria Abril, Penélope Cruz, Fanny Ardant, Gael García Bernal
Quando: a partir de hoje no Cinearte



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