|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
"MADRUGADA DOS MORTOS"
Zumbis famintos por sangue trazem classe ao gênero do horror
COLUNISTA DA FOLHA
De uma sessão deste "Madrugada dos Mortos", que estréia hoje, você sai sabendo três
coisas: zumbis não atacam cachorros e outros animais, só humanos; se algum morto-vivo o
perseguir, corra para o shopping
mais próximo; esta é a melhor refilmagem de um clássico de horror em muitos anos.
O pretenso tom divertido do
início do texto combina mais com
o filme original de 1978, assinado
por George Romero, do que com
esta moderna canibalização (dentro e fora da trama) que finalmente nos faz lembrar de tempos em
que uma produção de terror podia ser engraçada, inteligente,
sanguinolenta e assustadora.
Esta refilmagem do novato Zack
Snyder é um pouco mais "séria" e
menos crítica aos costumes consumistas metrossexuais a que Romero já adiantava lá atrás.
No filme, não se sabe bem por
que, uma bizarra doença se espalha por uma pequena cidade através de mordidas humanas, matando as vítimas, que depois ressuscitam como zumbis. Uma vez
zumbis, saem desembestadas
atrás de humanos saudáveis.
Os que escaparam do ataque em
progressão geométrica escolhem
se refugiar no shopping center local. E nele se agrupam a nossa heroína (Polley), o bom moço, o policial fortão, os seguranças nazistas, o "bon vivant", a loira fútil...
Se no miolo do filme Snyder
conduz a câmera em direção ao
passado, as seqüências iniciais (a
da contemplação) e a final (não
levante da cadeira na hora dos letreiros) trazem uma modernidade classuda aos zumbis que nem
Michael Jackson (no clipe "Thriller"), nem Danny Boyle ("Extermínio") conseguiram imprimir.
(LÚCIO RIBEIRO)
Madrugada dos Mortos
Dawn of the Dead
Direção: Zack Snyder
Produção: EUA, 2004
Com: Sarah Polley, Ving Rhames
Quando: a partir de hoje nos cines
Anália Franco, Paulista e circuito
Texto Anterior: "Sexo com Amor": Longa transforma reunião de pais e mestres em terapia de casais Próximo Texto: Música: "Idéia é hoje mais importante que tecnologia", afirma Cohen Índice
|