São Paulo, quarta-feira, 23 de abril de 2008

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Em crise de identidade, Tribeca começa hoje

Festival será estréia de "Tropa de Elite" nos EUA

DANIEL BERGAMASCO
DE NOVA YORK

Criado após os atentados do 11 de Setembro para ajudar na recuperação da economia da Baixa Manhattan, onde ficavam as Torres Gêmeas, o Festival de Tribeca chega hoje à sétima edição ainda à espera de uma definição -ou, para seus detratores, com cara de nada.
Afinal, como enquadrar um festival que tem, entre 120 títulos, franquias de Hollywood, como a versão do desenho "Speed Racer", o documentário "Chevolution", sobre Cuba e a cultura pop, e o brasileiro "Tropa de Elite"?
Mais: um festival que também traz, entre os 24 títulos da mostra competitiva, a ficção "Ramchand Pakistani", sobre um garotinho paquistanês que cruza inadvertidamente a fronteira da Índia, e o documentário "An Omar Broadway Film", em que um presidiário filma escondido as barbaridades da cadeia. E ainda: que tem como filme de abertura "Baby Mama", comédia da Universal protagonizada por estrelas do "Saturday Night Live".
A respeito da aparente crise de identidade, o ator Robert de Niro, sócio da produtora que o criou, é breve. "Não se pode agradar a todos", diz, desviando-se de uma outra explicação: sendo caso raro de grande festival que não é pago com dinheiro público, o Tribeca depende da venda de ingressos. A proposta de estimular a economia local continua funcionando: o festival gera cerca US$ 100 milhões para seu bairro -no qual De Niro, aliás, acaba de inaugurar um hotel de luxo.

Santoro e Alice Braga
Uma das promessas de bilheteria do festival é "Redbelt", filme sobre jiu-jítsu dirigido por David Mamet, que tem no elenco Rodrigo Santoro e Alice Braga, cuja aparição é aguardada para o tapete vermelho.
O Brasil estará representado por duas produções, ambas fora da competição. O documentário "Jogo de Cena", de Eduardo Coutinho, terá quatro sessões. "Tropa de Elite", de José Padilha, terá três, as primeiras nos EUA, onde chega com o destaque de ter sido Urso de Ouro em Berlim. Em reportagem do "New York Times" sobre o festival, foi também apresentado como "ultraviolento" e "sucesso gigante no Brasil".
Para Padilha, jurado da mostra competitiva, o Tribeca não é importante para o filme. "Só vai ser lançado nos EUA no final do ano e está fora da competição. Não terá destaque."
Ainda assim, o produtor Marcos Prado também acompanha a exibição. "Ficarei disponível para entrevistas e farei contatos sobre outros projetos", diz Prado.


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