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Em crise de identidade, Tribeca começa hoje
Festival será estréia de "Tropa de Elite" nos EUA
DANIEL BERGAMASCO
DE NOVA YORK
Criado após os atentados do
11 de Setembro para ajudar na
recuperação da economia da
Baixa Manhattan, onde ficavam as Torres Gêmeas, o Festival de Tribeca chega hoje à sétima edição ainda à espera de
uma definição -ou, para seus
detratores, com cara de nada.
Afinal, como enquadrar um
festival que tem, entre 120 títulos, franquias de Hollywood,
como a versão do desenho
"Speed Racer", o documentário
"Chevolution", sobre Cuba e a
cultura pop, e o brasileiro "Tropa de Elite"?
Mais: um festival que também traz, entre os 24 títulos da
mostra competitiva, a ficção
"Ramchand Pakistani", sobre
um garotinho paquistanês que
cruza inadvertidamente a fronteira da Índia, e o documentário "An Omar Broadway Film",
em que um presidiário filma escondido as barbaridades da cadeia. E ainda: que tem como filme de abertura "Baby Mama",
comédia da Universal protagonizada por estrelas do "Saturday Night Live".
A respeito da aparente crise
de identidade, o ator Robert de
Niro, sócio da produtora que o
criou, é breve. "Não se pode
agradar a todos", diz, desviando-se de uma outra explicação:
sendo caso raro de grande festival que não é pago com dinheiro público, o Tribeca depende
da venda de ingressos. A proposta de estimular a economia
local continua funcionando: o
festival gera cerca US$ 100 milhões para seu bairro -no qual
De Niro, aliás, acaba de inaugurar um hotel de luxo.
Santoro e Alice Braga
Uma das promessas de bilheteria do festival é "Redbelt", filme sobre jiu-jítsu dirigido por
David Mamet, que tem no elenco Rodrigo Santoro e Alice Braga, cuja aparição é aguardada
para o tapete vermelho.
O Brasil estará representado
por duas produções, ambas fora da competição. O documentário "Jogo de Cena", de Eduardo Coutinho, terá quatro sessões. "Tropa de Elite", de José
Padilha, terá três, as primeiras
nos EUA, onde chega com o
destaque de ter sido Urso de
Ouro em Berlim. Em reportagem do "New York Times" sobre o festival, foi também apresentado como "ultraviolento" e
"sucesso gigante no Brasil".
Para Padilha, jurado da mostra competitiva, o Tribeca não é
importante para o filme. "Só vai
ser lançado nos EUA no final do
ano e está fora da competição.
Não terá destaque."
Ainda assim, o produtor
Marcos Prado também acompanha a exibição. "Ficarei disponível para entrevistas e farei
contatos sobre outros projetos", diz Prado.
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