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Chats das TVs abrigam papos com teor sexual
DA REPORTAGEM LOCAL
Os chats telefônicos veiculados
pelas TVs não têm o controle dos
bate-papos dos telespectadores,
que, não raro, adquirem tom sexual. A Folha ouviu conversas do
chat do "Swing com Syang". Em
várias, eram ditos palavrões e expressões chulas, como "eu sou o
língua de ouro e quero te lamber".
No "Happy Lyne", as apresentadoras usam roupas sensuais e estimulam o clima de erotismo. Telespectadores disseram gastar até
R$ 900 com esse tipo de entretenimento e já marcaram encontros
com pessoas que conheceram nos
bate-papos. Uma garota de 17
anos foi a um shopping encontrar
um rapaz que conheceu no chat
da Syang durante a madrugada.
O juiz Aroldo José Washington
disse já ter tido acesso ao conteúdo dos chats. Para ele, são serviços
que podem ferir o Estatuto da
Criança e do Adolescente e precisariam, pelo menos, ser controlados. "Para participar, seria preciso, por exemplo, comprar um
cartão pré-pago." Essa é, segundo
ele, uma forma de os pais controlarem o acesso dos filhos a esses
serviços. A sentença assinada por
Washington proíbe os telessexos
e "outros que atentem contra a
moral da sociedade e o Estatuto
da Criança e do Adolescente".
Guilherme Ieno Costa, advogado da One World (produtora do
"Swing com Syang" e do "Happy
Lyne"), diz que a empresa e a operadora realmente não têm controle do conteúdo dos chats. Para ele,
no entanto, se o juiz quer enquadrar os bate-papos na sentença,
"tem de ser claro". "O que atenta
contra a moral da sociedade e o
Estatuto da Criança e do Adolescente? Enquanto isso não for esclarecido, a sentença perde o poder de ser aplicada."
(LM)
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