São Paulo, segunda-feira, 23 de agosto de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Chats das TVs abrigam papos com teor sexual

DA REPORTAGEM LOCAL

Os chats telefônicos veiculados pelas TVs não têm o controle dos bate-papos dos telespectadores, que, não raro, adquirem tom sexual. A Folha ouviu conversas do chat do "Swing com Syang". Em várias, eram ditos palavrões e expressões chulas, como "eu sou o língua de ouro e quero te lamber".
No "Happy Lyne", as apresentadoras usam roupas sensuais e estimulam o clima de erotismo. Telespectadores disseram gastar até R$ 900 com esse tipo de entretenimento e já marcaram encontros com pessoas que conheceram nos bate-papos. Uma garota de 17 anos foi a um shopping encontrar um rapaz que conheceu no chat da Syang durante a madrugada.
O juiz Aroldo José Washington disse já ter tido acesso ao conteúdo dos chats. Para ele, são serviços que podem ferir o Estatuto da Criança e do Adolescente e precisariam, pelo menos, ser controlados. "Para participar, seria preciso, por exemplo, comprar um cartão pré-pago." Essa é, segundo ele, uma forma de os pais controlarem o acesso dos filhos a esses serviços. A sentença assinada por Washington proíbe os telessexos e "outros que atentem contra a moral da sociedade e o Estatuto da Criança e do Adolescente".
Guilherme Ieno Costa, advogado da One World (produtora do "Swing com Syang" e do "Happy Lyne"), diz que a empresa e a operadora realmente não têm controle do conteúdo dos chats. Para ele, no entanto, se o juiz quer enquadrar os bate-papos na sentença, "tem de ser claro". "O que atenta contra a moral da sociedade e o Estatuto da Criança e do Adolescente? Enquanto isso não for esclarecido, a sentença perde o poder de ser aplicada." (LM)


Texto Anterior: Outro lado: Emissoras dizem apenas cobrar pela ligação
Próximo Texto: Ligações perigosas: Juiz questiona sorteio de carro da Band
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.