São Paulo, quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice CDs MPB Sobre Palavras VERÔNICA FERRIANI E CHICO SARAIVA Gravadora: Borandá; Quanto: R$ 22; Avaliação: bom No começo do ano, a cantora paulista lançou um álbum de estreia que, apesar de bom, ficava aquém de suas performances ao vivo. Agora, empresta voz à música criada pelo violonista Saraiva para as letras de Mauro Aguiar, ambos cariocas. A referência é Chico Buarque -não qualquer Chico, mas aquele dos últimos 15 anos, que faz música com os ouvidos na literatura. Assim, "Sobre Palavras" resulta elaborado, cerebral e um tanto distante do universo da canção. POR QUE OUVIR: Ainda que não seja assim simples alcançar o patamar de Chico Buarque, temas como "Telhado de Vidro" e os bons arranjos de Saraiva compensam os investimentos. (MARCUS PRETO) INSTRUMENTAL Nazareth ROSANA LANZELOTTE (cravo) Gravadora: Biscoito Clássico; Quanto: R$ 33; Avaliação: bom Caíto Marcondes toca uma série de instrumentos de percussão, e Luis Leite dedilha o violão, neste projeto peculiar, em que o universo de um dos maiores compositores brasileiros para o piano de todos os tempos, Ernesto Nazareth (1863-1934), é visitado por Rosana Lanzelotte em instrumentos de teclados anteriores a ele: réplicas de um cravo de 1780 e de um pianoforte de 1805. A cravista executa 15 temas de Nazareth (incluindo a inédita "Furinga"), além de um lundu anônimo coletado por Spix e Martius no começo do século 19. POR QUE OUVIR: Não se trata de gravações "definitivas", mas de curiosas releituras, em que o universo da música antiga dialoga com o popular brasileiro. (IRINEU FRANCO PERPETUO) ROCK Crack the Skye MASTODON Gravadora: Warner; Quanto: R$ 30; Avaliação: bom O quarteto Mastodon faz parte de uma leva de bandas americanas de metal surgidas nos anos 1990 que incorporam às guitarras pesadas influências de progressivo, jazz, música erudita e cujas letras passam longe de referências diabólicas. Este quarto disco de estúdio é conceitual, a partir da história de um paraplégico que viaja no tempo e no espaço. O álbum traz apenas sete faixas e se estende por mais de 50 minutos. POR QUE OUVIR: Em "Crack the Skye", o Mastodon aparece com seu disco mais ambicioso e arriscado. Acertam até nos épicos "The Czar: 1. Usurper - 2. Escape - 3. Martyr - 4. Spiral", de mais de dez minutos, e "The Last Baron" (13 minutos). (THIAGO NEY) R&B BLACKsummers'night MAXWELL Gravadora: Sony; Quanto: R$ 25, em média; Avaliação: regular Ao lado de D'Angelo, Maxwell foi um dos cantores mais interessantes do r&b no fim dos anos 90, quando lançou o ótimo "Maxwell's Urban Hang Suite". O disco, que bebia no soul dos anos 60 e 70, foi ainda base para um acústico da MTV. Depois de oito anos sem gravar, o cantor lança seu quarto álbum -e o primeiro de uma anunciada trilogia. Com seus vocais afeminados, seguindo uma levada amena e sempre (bem) romântica, Maxwell aparece mais convencional, sem mais se destacar de outros tantos cantores do gênero. POR QUE OUVIR: Apesar de não soar tão impactante e ambicioso quanto na década passada, o cantor não decepciona os fãs tradicionais de soul. (BRUNA BITTENCOURT) MPB Meu Coração Não Quer Viver Batendo Devagar ISABELLA TAVIANI Gravadora: Universal; Quanto: R$ 34; Avaliação: ruim Artistas como Isabella Taviani dão saudade do tempo em que cantor cantava e compositor compunha. É louvável seu esforço para deixar de ser só mais uma cantora folk de voz grave -"Borboletas e Risos", com sua leveza e seus momentos agudos, é o principal exemplo no novo CD. Mas como melhorar interpretando "Ai, o tempo frio que me esquenta/ A boca seca que me tenta" ou "Quando eu lhe dei meu melhor vinho, você cuspiu". Ela insiste, mas não é boa compositora. POR QUE NÃO OUVIR: Mesmo "Sob Medida" (Chico Buarque), única que não é dela, já teve versões bem melhores. (LUIZ FERNANDO VIANNA) Texto Anterior: Evolução do Ludov acontece na rede Próximo Texto: Conexão pop - Thiago Ney: O Brasil do incentivo e os EUA Índice

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