|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Nova safra nacional é variada
DA EQUIPE DE ARTICULISTAS
Há de tudo entre os 11 longas-metragens brasileiros exibidos na
24ª Mostra de Cinema de São
Paulo.
Do erótico ao infantil, do
"trash" ao histórico, passando pelo drama urbano e pelo documentário patriótico, estão presentes
todos os gêneros.
Os programas obrigatórios são
pelo menos quatro: "Tolerância"
(leia crítica acima), "Bicho de Sete
Cabeças", de Laís Bodanzky,
"Tainá", de Tânia Lamarca, e
"Brava Gente Brasileira", de Lucia
Murat.
"Bicho" é um drama sensível e
contundente sobre um rapaz (Rodrigo Santoro) internado num
manicômio pelo pai depois que
este o flagra com um cigarro de
maconha.
Baseado em fatos reais, a produção foi parcialmente realizada
com recursos da Fábrica de Cinema, mantida pela Benetton e sediada em Treviso, na Itália.
"Tainá", infantil cuja heroína é
uma indiazinha que luta contra o
contrabando de animais da Amazônia, ganhou o prêmio do público na Mostra Rio.
"Brava Gente Brasileira", por
sua vez, é um belo antiépico, inspirado no relato do viajante português Diego de Castro e Albuquerque, que teve um filho com
uma índia guaicuru no Mato
Grosso do século 18.
Outro brasileiro digno de nota é
"Deus Jr.", dirigido por Mauro Lima, uma espécie de "noir" boca-do-lixo que diverte ocasionalmente em meio a uma narrativa
descabelada e interminável que
trata de um empresário lituano
que resolve aderir a uma seita erótico-lisérgica.
Entre os documentários, há
"2000 Nordestes", de Vicente
Amorim e Davi França Mendes,
que peca por estar demasiado
preso ao modelo televisivo do
"Brasil Legal". "Senta a Pua" (sobre a FAB) e o "O Sonho de Rose"
(sobre a luta dos sem-terra no
Sul) são prejudicados pela ideologia que apresentam: de direita, no
primeiro caso; de esquerda, no segundo.
(JGC)
Texto Anterior: 24ª mostra de cinema de São Paulo - José Geraldo Couto: "Tolerância" embaralha sexo, política e crime Próximo Texto: Mostra traz títulos raros Índice
|