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Para críticos, tempo faz bem a autor
DA REPORTAGEM LOCAL
Os vastos pampas fictícios de
Erico Verissimo nunca foram
postos em dúvida pelo público,
que adquiriu mais de 1 milhão de
exemplares de suas obras. Mas,
embora tenha recolhido prêmios
e elogios de analistas importantes,
a crítica não lhe foi sempre leve.
Consultados pela Folha, três
críticos de primeiro time sinalizam que o tempo fez bem para a
literatura de Verissimo. É o teste
que ele precisa, segundo Davi Arrigucci Jr. "A reedição de sua obra
vem em boa hora, pois permite ao
leitor de hoje avaliar como sua
prosa de ficção resistiu ao tempo,
um dos problemas centrais com
que ele lidou", diz. "Ele foi um dos
pilares da prosa de ficção brasileira no século 20, apesar da linearidade por vezes superficial de temas e caracteres e de repetições
sempre assinaladas pela crítica."
O veterano crítico paranaense
Wilson Martins diz que as marés
políticas atrapalharam Verissimo.
"A literatura dele foi subestimada
muito por conta do momento
brasileiro. Naquele período, os intelectuais estavam claramente divididos entre esquerdistas e direitistas. Ele era visto como um escritor burguês." Martins também
acredita que a crítica estava "voltada para o Nordeste" nos tempos
de Verissimo. "Existia a visão de
que o Rio Grande, incluído Erico,
era pouco brasileiro."
Lá do norte, o paraense Benedito Nunes nega o "estrangeirismo". "Ele não é regional, nem regionalista, ultrapassa tudo isso."
"Está entre os grandes da literatura brasileira, no mesmo patamar
de Jorge Amado."
(CEM e LA)
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